Serra Leoa: Taco a taco nas eleições presidenciais
AFP | Lusa | DPA | gcs
12 de março de 2018
Candidato da oposição vai ligeiramente à frente na contagem dos votos, segundo os últimos resultados provisórios. Concorrente do partido no poder segue 15.000 votos atrás. Cenário mais provável será segunda volta.
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Julius Maada Bio, candidato do maior partido da posição à Presidência da Serra Leoa, lidera na contagem dos votos.
Bio, do Partido do Povo da Serra Leoa (SLPP), vai à frente com 43,4% dos votos, de acordo com os resultados provisórios divulgados no domingo (11.03) pela Comissão Nacional Eleitoral. Samura Kamara, o candidato do Congresso de Todos os Povos (APC, no poder), seguia pouco atrás com 42,6% dos votos, numa altura em que já foram apurados os resultados de 75% das assembleias.
Face a estes valores, o cenário mais provável será a realização de uma segunda volta das eleições presidenciais, uma vez que, para vencer na primeira volta, é necessário que um dos candidatos conquiste mais de 55% dos votos.
Eleições "credíveis e transparentes"
Mais de três milhões de eleitores da Serra Leoa foram chamados às urnas a 7 de março para eleger o sucessor de Ernest Bai Koroma, que está na Presidência desde 2007. Na corrida participaram 16 candidatos. Os serra-leoneses foram também chamados a escolher a nova composição do Parlamento.
Os observadores da União Europeia consideraram, no final da semana passada, que as eleições na Serra Leoa foram "credíveis, bem organizadas e transparentes". Registaram, no entanto, episódios "de violência e de intimidação contra candidatos e ativistas que afetaram o processo eleitoral".
Uma organização sediada em Freetown, a Campanha Internacional pelos Direitos Humanos e Desenvolvimento (CHRDI, na sigla em inglês) criticou a polícia por "espancar manifestantes desnecessariamente" durante tumultos na capital entre apoiantes dos dois maiores partidos.
A divulgação dos resultados finais das eleições na Serra Leoa está prevista para os próximos dias. Se os resultados dos candidatos se mantiverem, uma segunda volta das presidenciais deverá realizar-se duas semanas depois.
Ébola na Serra Leoa
Mais de 1.500 pessoas já foram infectadas no país. Apesar disso, os habitantes tentam não desistir e desafiam juntos o vírus.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
A vida continua
Todos os dias, Sward Dembi (d) vende pimentões na grande feira da capital de Serra Leoa, Freetown. Claro que ela tem medo de se infectar com o ebola no meio da multidão do mercado apertado, afirma a jovem de 19 anos. Mas ela não tem escolha: a família dela depende dessa renda.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Arquitetura contra o ebola
Em todo o país faltam centros de isolamento para tratar os infectados. Mas também faltam equipes e instalações. O arquiteto Kamara deixou seus outros projetos de lado e ajuda na construção de um centro de isolamento para pacientes de ebola em Freetown, que deve começar a funcionar em poucas semanas.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Proteção policial
Ela não quer revelar seu nome, mas os outros a chamam de "Mama G". Para muitos, a policial é quase uma mãe, que dedica seu tempo para as preocupações das pessoas de seu bairro. Há três semanas, ela foi desligada de suas funções para poder acompanhar o funeral de vítimas do ebola. Um trabalho que a ocupa em tempo integral, admite a policial.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Deixar o país não é uma opção
O alemão Ole Hengelbrock, de 28 anos, foi para Freetown há mais de um ano para cuidar de um projeto da organização humanitária Cap Anamur sobre crianças de rua. Hoje, Serra Leoa já virou um segundo lar para ele. Por um tempo, ele até jogou na Primeira Liga de futebol do país. Hengelbrock descarta a possibilidade de voltar para a Alemanha por causa da crise do ebola.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Voluntário
É a primeira vez que Momudo Lambo, de 28 anos, veste uma roupa de proteção. Ele participa de um treinamento para voluntários dispostos a trabalharem nas estações de tratamento de ebola. Um trabalho perigoso, mas, "em tempos difíceis como agora, algo obrigatório".
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Informação
A única coisa capaz de ajudar contra o ebola é o conhecimento sobre o vírus, afirma Usman Rahim Bah. Com seu próprio dinheiro, ele preparou material informativo, que agora distribui de casa em casa.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Sempre em serviço
Stella trabalha como enfermeira há quase 30 anos – e, nesse meio tempo, já viu muita coisa. A atual crise, porém, supera tudo. Quando o primeiro caso de ebola foi anunciado em sua clínica e vários colegas pediram as contas, ela decidiu ficar – e hoje se diz confiante que seu país vencerá a epidemia.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Perigo constante
Desmond Reez lidera uma equipe da Cruz Vermelha. Ele é responsável por seus colegas, que diariamente recolhem corpos de vítimas da doença altamente infecciosa para enterrá-los. "Eu sei que nós somos bem treinados e estamos protegidos", disse o sanitarista. Todos os dias, ele espera que a epidemia finalmente acabe.