Serra Leoa vai ter segunda volta das presidenciais
Lusa
14 de março de 2018
Candidato da oposição ficou ligeiramente à frente nas eleições presidenciais da Serra Leoa, mas não conseguiu votos necessários para ser eleito à primeira volta. Próxima votação será daqui a duas semanas.
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Uma segunda volta irá opor a 27 de março os dois principais partidos da Serra Leoa, anunciou na terça-feira (13.03) a Comissão Eleitoral Nacional daquele país, com a publicação dos resultados finais das eleições de 07 de março.
O candidato do principal partido da oposição, o SLPP, Julius Maada Bio, obteve 43,3% dos votos, ficando ligeiramente à frente do partido no poder, o APC, Samura Kamara, que conseguiu 42,7%, o que significa uma diferença de cerca de 15 mil votos.
A 07 de março, os habitantes da Serra Leoa acorreram às urnas para eleger um novo Presidente, vice-Presidente, membros do parlamento e conselheiros locais.
O APC e o SLPP têm vindo a revezar-se no poder desde a independência do país, em 1961. A Serra Leoa esteve mergulhada numa guerra civil entre 1991 e 2002, um conflito que fez cerca de 120 mil mortos.
As missões de observadores internacionais e da sociedade civil, nomeadamente a da União Europeia, saudaram o facto de se ter realizado na Serra Leoa uma campanha globalmente pacífica, com um escrutínio a evoluir bem. No entanto, lamentaram um "aumento da intimidação e dos atos de violência na última semana" de campanha e após o fecho das urnas.
Ébola na Serra Leoa
Mais de 1.500 pessoas já foram infectadas no país. Apesar disso, os habitantes tentam não desistir e desafiam juntos o vírus.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
A vida continua
Todos os dias, Sward Dembi (d) vende pimentões na grande feira da capital de Serra Leoa, Freetown. Claro que ela tem medo de se infectar com o ebola no meio da multidão do mercado apertado, afirma a jovem de 19 anos. Mas ela não tem escolha: a família dela depende dessa renda.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Arquitetura contra o ebola
Em todo o país faltam centros de isolamento para tratar os infectados. Mas também faltam equipes e instalações. O arquiteto Kamara deixou seus outros projetos de lado e ajuda na construção de um centro de isolamento para pacientes de ebola em Freetown, que deve começar a funcionar em poucas semanas.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Proteção policial
Ela não quer revelar seu nome, mas os outros a chamam de "Mama G". Para muitos, a policial é quase uma mãe, que dedica seu tempo para as preocupações das pessoas de seu bairro. Há três semanas, ela foi desligada de suas funções para poder acompanhar o funeral de vítimas do ebola. Um trabalho que a ocupa em tempo integral, admite a policial.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Deixar o país não é uma opção
O alemão Ole Hengelbrock, de 28 anos, foi para Freetown há mais de um ano para cuidar de um projeto da organização humanitária Cap Anamur sobre crianças de rua. Hoje, Serra Leoa já virou um segundo lar para ele. Por um tempo, ele até jogou na Primeira Liga de futebol do país. Hengelbrock descarta a possibilidade de voltar para a Alemanha por causa da crise do ebola.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Voluntário
É a primeira vez que Momudo Lambo, de 28 anos, veste uma roupa de proteção. Ele participa de um treinamento para voluntários dispostos a trabalharem nas estações de tratamento de ebola. Um trabalho perigoso, mas, "em tempos difíceis como agora, algo obrigatório".
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Informação
A única coisa capaz de ajudar contra o ebola é o conhecimento sobre o vírus, afirma Usman Rahim Bah. Com seu próprio dinheiro, ele preparou material informativo, que agora distribui de casa em casa.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Sempre em serviço
Stella trabalha como enfermeira há quase 30 anos – e, nesse meio tempo, já viu muita coisa. A atual crise, porém, supera tudo. Quando o primeiro caso de ebola foi anunciado em sua clínica e vários colegas pediram as contas, ela decidiu ficar – e hoje se diz confiante que seu país vencerá a epidemia.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Perigo constante
Desmond Reez lidera uma equipe da Cruz Vermelha. Ele é responsável por seus colegas, que diariamente recolhem corpos de vítimas da doença altamente infecciosa para enterrá-los. "Eu sei que nós somos bem treinados e estamos protegidos", disse o sanitarista. Todos os dias, ele espera que a epidemia finalmente acabe.