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Sindicato acusa a TAAG de violar a lei da greve

am | gcs | Lusa
7 de outubro de 2022

Os pilotos da transportadora aérea angolana entraram hoje em greve. O sindicato fala numa adesão de quase 100%. Os pilotos exigem à TAAG melhores salários e uma maior valorização da profissão.

Foto: Johannes Beck/DW

O Sindicato dos Pilotos de Linha Aérea (SPLA) acusa a transportadora aérea angolana TAAG de estar a violar a lei da greve.

Miguel Prata, presidente do sindicato, diz que quase 100% dos pilotos aderiram à paralisação. Mas a TAAG "está a contratar companhias" para efetuar os voos e "boicotar o direito constitucional à greve".

"A companhia está a violar a lei", sublinha Miguel Prata em declarações à DW África. "A lei da greve é muito clara – a empresa não pode contratar nem equipamentos, nem pessoal para substituir a greve."

Não foi possível obter de imediato uma reação da TAAG às acusações. Na sua página na rede social Facebook, a empresa pede desculpa aos passageiros pela greve, mas garante que está a fazer "os possíveis" para mitigar a situação.

Uma nota informativa da companhia aérea, divulgada na quinta-feira (06.10), esclarece que, por causa do protesto dos pilotos, dezenas de voos tiveram de ser cancelados.

A TAAG previa, ainda assim, a realização de quatro voos com partida marcada para esta sexta-feira (07.10). Para sábado (08.10), antevia alterações nos horários de 16 voos e, para domingo (09.10), fez reajustes nos horários de outras 14 ligações.

Pilotos pedem melhores salários e "mais dignidade"

Os pilotos exigem à TAAG melhores salários e uma maior valorização da profissão.

"Quando dizemos dignidade e valorização, é a valorização do quadro nacional do trabalhador, que sempre esteve aqui de forma abnegada nos momentos mais difíceis da empresa – nunca abandonou o país, nem no tempo da pandemia e, neste momento, quer ver os seus direitos" cumpridos, afirma o presidente do SPLA.

Os pilotos apresentaram as suas reivindicações à empresa em junho passado. Em resposta, a companhia garantiu ter "diversas propostas de resolução, devidamente enquadradas na sua realidade financeira".

Mas as negociações fracassaram, acrescenta o líder sindical Miguel Prata. "Acreditámos na boa-fé, mas passado esse tempo, esgotaram-se todos os limites possíveis", comenta.

A greve deverá prolongar-se até 16 de outubro. Miguel Prata diz esperar que os pilotos ainda consigam chegar a acordo com a TAAG.

"Esperamos que isto decorra pelo melhor, porque pretendemos que a companhia continue sustentável e não desapareça, à semelhança de outras companhias em África, sobretudo de bandeira. [Queremos] continuar a levar o nome de Angola a todos os cantos do mundo", concluiu o sindicalista.

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