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MédiaAngola

Sindicato dos jornalistas convoca greve na imprensa pública

2 de setembro de 2025

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos protesta contra as "condições paupérrimas" dos profissionais. E ameaça fazer uma greve em diferentes fases. "Não podemos continuar assim", afirma sindicalista.

Angola Luanda 2025 | Möglicher Streik in der öffentlichen Presse
Foto: Borralho Ndomba/DW

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos convocou hoje uma greve para a próxima semana. Os profissionais queixam-se das condições precárias em que trabalham.

A decisão foi tomada esta terça-feira à tarde durante uma reunião do sindicato com representantes de trabalhadores nos principais meios de comunicação social. A greve na imprensa pública começará já na próxima segunda-feira, 8 de setembro, e deverá decorrer durante cinco dias.

Em entrevista à DW África, André Mussamo, porta-voz do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, detalhou o plano para a paralisação.

DW África: O que foi decidido hoje na reunião que juntou o sindicato e os representantes dos profissionais da comunicação social?

André Mussamo (AM): A assembleia de hoje foi sobretudo para indicar ao secretariado qual o caminho a seguir, depois dos conselhos de administração das empresas públicas de comunicação social não terem cumprido à letra o que nós acordámos em maio último, na sequência de um processo reivindicativo, para um aumento salarial dos trabalhadores na ordem dos 58%.

Isso não aconteceu. Por isso, reunimos hoje os filiados para falar sobre a possibilidade de convocar uma greve. E a indicação foi nesse sentido. Por unanimidade, os filiados do sindicato escolheram avançar com uma paralisação devido a este incumprimento. É isso que vamos fazer.

Greve abrangerá profissionais da imprensa pública e também da imprensa privada, que está sob gestão EstadoFoto: Borralho Ndomba/DW

Foram calendarizadas as etapas desta futura greve, a começar já este mês com cinco dias. Vai ser uma greve progressiva. São cinco dias na fase inicial; planeamos aumentar para 10 e 15 dias, até dezembro. Em janeiro, convocaremos uma nova assembleia, caso não haja um desfecho favorável para o sindicato, para decidirmos como prosseguir com este protesto.

DW África: Qual a situação laboral dos jornalistas nos meios de comunicação social estatais?

AM: As condições de trabalho e os salários dos profissionais da comunicação social pública no país são paupérrimos. Não podemos continuar assim.

Portanto, a decisão está tomada. No dia marcado – segunda-feira, 8 de setembro – à meia-noite, vamos parar o serviço na comunicação social pública do país.

DW África: Como descreveria as condições de trabalho e de sobrevivência para quem faz jornalismo em Angola, neste momento?

AM: Os jornalistas são os parentes pobres desta relação. Têm dos piores salários do país, não têm condições de trabalho.

Só para ilustrar, há empresas de comunicação social que mandam os repórteres em serviço e é preciso a própria fonte interessada na matéria dar a boleia para o transporte desses jornalistas, além de facultar alojamento e alimentação no local onde eles vão trabalhar.

São estas condições paupérrimas que nos levam a convocar a greve, em busca de melhores condições para a prestação do nosso serviço.

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