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Liberdade de imprensaGuiné-Bissau

Sissoco critica "excesso de zelo" policial contra jornalista

Lusa
17 de setembro de 2024

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, lamenta o "excesso de zelo" da polícia contra o repórter de imagem da agência Lusa, em Bissau, mas avisa que as autoridades devem fazer cumprir a lei.

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Sissoco: "Peço ao ministro do Interior que peça desculpa ao Júlio, que é um cidadão guineense"Foto: Afolabi Sotunde/REUTERS

O profissional foi agredido no domingo (15.09) por três agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) quando cobria a chegada ao país do presidente do Parlamento, Domingos Simões Pereira, e obrigado a apagar as imagens que tinha recolhido.

O Presidente guineense visitou hoje o Ministério do Interior, onde reuniu o ministro, Botche Candé, elementos do seu gabinete e polícias em parada.

No seu discurso, Umaro Sissoco Embaló reconheceu que houve "excesso de zelo" daqueles agentes, mas salientou que, pessoalmente, enquanto chefe de Estado guineense, não pediu desculpa a Júlio Oliveira e nem a Portugal, porque "não cometeu nenhum erro".

Pedido de desculpas

Embaló salientou ter manifestado a sua solidariedade pessoal ao profissional da delegação da Lusa em Bissau, numa chamada telefónica de uma das suas assessoras.

"Houve exagero. Peço ao ministro do Interior que peça desculpa ao Júlio, que é um cidadão guineense e não português", observou hoje Umaro Sissoco Embaló, salientando que a sua comunicação no Ministério do Interior é uma chamada de atenção construtiva pelas queixas que tem recebido da atuação das forças da ordem.

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O ministro do Interior guineense, Botche Candé, que se encontrava ao lado de Sissoco Embaló, levantou-se e pediu desculpa "em nome do Presidente da República" ao jornalista Júlio Oliveira.

Embaló destacou, a seguir, que o "papel da polícia é dar segurança a todos os cidadãos. Infelizmente isso não está a ser observado. Muita coisa é atribuída ao Presidente, quando assim não é. O Presidente não pode saber de tudo".

 O chefe de Estado guineense frisou que não é papel da polícia agredir, mas manter a ordem no país.

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