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Sissoco critica "muitos [que] não acompanham" mudança

Lusa
31 de dezembro de 2021

Umaro Sissoco Embaló lamentou, no discurso de fim do ano, que "muitos não quiseram acompanhar" a nova dinâmica por si empreendida "para a restauração da imagem" do país a nível internacional.

Paris | Guinea-Bissau's Präsident Umaro Sissoco Embalo
Foto: AFP

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló lamentou esta sexta-feira (31.12), no discurso de fim do ano, que "muitos não quiseram acompanhar" a nova dinâmica por si empreendida "para a restauração da imagem" do país a nível internacional.

Sissoco Embaló enumerou uma série de ações que levou a cabo, "como já não se verificava há décadas", ao longo das quais, disse, "a Guiné-Bissau era desprezada".

Mas, considerou, apesar dos elogios de "insuspeitos observadores" internacionais, alguns guineenses não o acompanharam.

"Nem todos quiseram acompanhar a nova dinâmica de restauração da sua credibilidade", vincou o Presidente, dando como exemplo duas polémicas com o primeiro-ministro e o Parlamento, nomeadamente os casos de um avião Airbus A340 retido no aeroporto por ordens do Governo e um acordo de partilha do petróleo com o Senegal.

"Não ajudou em nada a imagem da Guiné-Bissau o caso do avião que se transformou num fiasco e, como se isso não bastasse, agarraram-se agora ao acordo de Gestão e de Exploração da Zona Conjunta com o Senegal, com o foco na chamada questão do petróleo", afirmou Embaló.

Nuno Gomes Nabiam e Sissoco Embaló de costas voltadasFoto: Ludovic Marin/AFP/Braima Darame/DW

Temas polémicos

O Governo reteve no aeroporto de Bissau, desde outubro, um avião proveniente da Gâmbia, alegando suspeitas que mais tarde considerou inexistentes.

O acordo de partilha de petróleo, assinado por Umaro Sissoco Embaló e o seu homólogo senegalês, Macky Sal, e que foi revelado ao parlamento pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, prevê uma repartição de uma futura descoberta e exploração do petróleo de 30% para a Guiné-Bissau e 70% para o Senegal.

O Parlamento considerou que o presidente não tem competências para assinar acordos internacionais e por isso declarou como nulo e sem efeito o referido acordo, uma posição rejeitada pelo presidente guineense, que alegou que a Constituição lhe dá o direito de assinar acordos do género.

"A Guiné-Bissau ainda não perdeu e não perderá um barril do seu petróleo quando passar da fase de prospeção para exploração. Vamos acautelar todos os nossos legítimos interesses", observou Umaro Sissoco Embaló.

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Novas promessas

Para 2022, Embalo avisou os guineenses de que deverão estar preparados para as mudanças que se avizinham no país, prometeu um acompanhamento de perto dos problemas sociais e ainda propostas concretas para acabar com as greves na função pública e criação de postos de emprego.

Considerou que o ano de 2021 "foi difícil e de grandes desafios" também para a Guiné-Bissau, sobretudo com a pandemia da covid-19 que levou a perdas humanas, perturbações na atividade económica, mas mesmo assim frisou que o Governo tenha conseguido pagar os salários aos funcionários públicos e ainda tenha lançado projetos de construção de infraestruturas importantes.

Como resultado de "uma diplomacia ativa”, Umaro Sissoco Embalo anunciou "uma vasta carteira" de ações para 2022, que disse ser ano de concórdia, de combate à corrupção e do tráfico de droga no país.

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