Novo caso de infeção pelo coronavírus em Angola é de um homem de 54 anos proveniente do Brasil. Mais de 800 pessoas estão em quarentena a nível nacional.
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A ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta, anunciou este sábado (28.03) um novo caso positivo de infeção pela Covid-19, elevando de quatro para cinco o número total de doentes.
Trata-se de um homem de 54 anos, proveniente do Brasil, que se encontra "internado e estável" numa das unidades de referência da doença. Tal como os outros quatro pacientes, apresenta sintomas ligeiros da doença.
A ministra sublinhou que todos os casos do novo coronavírus em Angola são importados. Segundo Sílvia Lutucuta, encontram-se em Angola atualmente 886 pessoas em quarentena a nível nacional, das quais 535 distribuídas pelos centros de quarentena institucional em Luanda, existindo igualmente "um número importante de pessoas em quarentena domiciliar".
No segundo dia do estado de emergência declarado em Angola na sexta-feira (27.03), que impõe restrições à circulação de pessoas, a ministra apelou ainda para o respeito pelas medidas de isolamento e quarentena.
"Faço um apelo aos angolanos de que é importante o isolamento social para conter a cadeia de transmissão do vírus", afirmou Sílvia Lutucuta, lembrando que "o contágio por esta doença é muito fácil".
"Não gostaria que os angolanos passassem por uma situação tão difícil como estes países que enumerei [Itália, França e Espanha]", realçou a responsável da pasta da Saúde.
Confinamento
"Não queremos mais doenças em Angola, temos outras epidemias e doenças endémicas com que lutamos", reforçou a ministra da Saúde, pedindo aos angolanos "que fiquem em casa" e só saiam em caso de extrema necessidade ou se as necessidades de trabalho assim o exigirem. Sílvia Lutucuta assinalou que houve já um reforço policial nas ruas, "que vai aumentar e as pessoas serão punidas".
No que diz respeito a equipamentos, Angola necessita de 600 ventiladores, tendo nesta altura pouco mais de 120. "Estamos a fazer aquisição de mais 380", referiu. Quanto a materiais de biossegurança, adiantou que foi praticamente esgotado o mercado local, estando igualmente a ser feitas mais compras em países como África do Sul e China.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 600 mil pessoas em todo o mundo e causou a morte de 28 mil pessoas. Dos casos de infeção, pelo menos 129.100 são considerados curados.
O número de mortes causadas pela covid-19 em África subiu para 117 com os casos acumulados a ultrapassarem os 3.900 em 46 países, segundo a mais recente atualização das estatísticas sobre a pandemia.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.