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Software africano para monitorizar eleições nos EUA

Ashutosh Pandey | Catania Zemen
7 de novembro de 2016

Um site criado especialmente para o efeito permitirá aos eleitores americanos registar irregularidades nas cabines de voto. O software Ushahidi surgiu no Quénia, depois da onda de violência pós-eleitoral em 2007.

Foto: Imago/Agencia EFE

Depois da onda de violência gerada pelas suspeitas de corrupção e fraude eleitoral nas eleições presidenciais no Quénia, em 2007, um grupo de entusiastas da tecnologia juntou-se e criou o Ushahidi, um software que permite aos eleitores denunciar várias ocorrências e marcá-las num mapa.

Ushahidi, que significa "testemunho" em Kiswahili, já percorreu um longo caminho desde então. A sua tecnologia tem sido usada com vários objetivos e, este ano, irá ajudar a monitorizar as eleições nos Estados Unidos da América (EUA), onde concorrem Hillary Clinton e Donald Trump nas eleições presidenciais.

Foi criado um site para que os eleitores norte-americanos registem quaisquer irregularidades durante a ida às urnas, desde o esgotamento de boletins, às dificuldades de pessoas com deficiência em poder votar.

Nat Manning, diretor de operações da empresa em São Francisco, espera que tudo corra da melhor forma. "O meu maior desejo é que, na quarta-feira, olhemos para os relatórios e vejamos que 99,9% deles dizem que correu tudo bem", afirma.

Os atuais sistemas de prevenção de fraude eleitoral nos EUA já são bastante fiáveis, mas Manning acredita que o sistema queniano possa diminuir ainda mais as irregularidades, já que permite aos cidadãos ter uma voz. "Coloca muito mais olhos abertos e atentos. E também cria uma sensação de transparência e envolvimento", sublinha.

Receios de manipulação

Muita gente tem receio de que estas eleições sejam manipuladas, sobretudo pelo candidato republicano à Presidência, Donald Trump. Mas, na verdade, há muito poucas provas de que haja fraude eleitoral em larga escala no país e, em 2014, um relatório afirmava que teriam havido apenas 31 casos de fraude em 14 anos.

07.11.16 Software queniano nas eleições americanas - MP3-Stereo

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Nat Manning acredita que possa, ainda assim, haver uma grande diferença entre o que é dito oficialmente e aquilo que, verdadeiramente, acontece.

"Não podíamos ficar de braços cruzados e deixar que as pessoas colocassem dúvidas injustas em relação a algo que é maravilhoso: o facto de podermos todos votar e ter esta transição pacífica de poder a cada oito anos".

Independentemente do resultado das eleições desta terça-feira (08.11), uma coisa é certa: o software Ushahidi irá ajudar a manter as votações justas para todos.

 

 

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