Após ofensiva turca no norte da Síria, uma trégua deveria ser aplicada até terça-feira. Entretanto, isso aparentemente não está a ser mantido e já regista-se primeiras mortes.
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Apesar do cessar-fogo aplicável na cidade fronteiriça de Tal Abjad, um soldado turco foi morto no nordeste da Síria, disse o Ministério da Defesa da Turquia em Ancara. Outro soldado ficou ferido. A mílicia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) terá iniciado o ataque durante uma missão de reconhecimento das forças armadas turcas em Tal Abjad. A Turquia retornou o ataque, mas diz que continua comprometida com o cessar-fogo acordado.
A Turquia e a milícia curda YPG já haviam acusado-se mutuamente, no sábado (19.10), de quebrar o cessar-fogo. As Forças Democráticas Sírias (SDF), dominadas pelos curdos, acusaram Ancara de não cumprir o cessar-fogo acordado e de impedir a retirada de seus combatentes da cidade de Ras al-Ain. A Turquia rejeitou, e acusou as unidades curdas de numerosos ataques. O Ministério da Defesa turco falou de 20 ataques.
"Zona de segurança"
Na quinta-feira (17.10), os EUA e a Turquia haviam acordado medidas para apaziguar a situação na fronteira síria com a Turquia. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, após longas negociações com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, anunciou na quinta-feira à noite um acordo para um cessar-fogo de cinco dias no norte da Síria. O acordo deve permitir que os combatentes do YPG se retirem de uma "zona de segurança" planejada na fronteira com a Turquia. No entanto, não há acordo sobre a extensão exata dessa área.
Erdogan quer instalar a "zona de segurança" até a fronteira com o Iraque. Com isso, os combatentes curdos também deveriam se retirar. No entanto, as Forças Democráticas Sírias (SDF) concordaram com um cessar-fogo apenas nos 120 quilómetros compreendidos entre as cidades fronteiriças de Ras al-Ain e Tal Abjad, nas quais a ofensiva turca se concentrou.
Retirada das tropas dos EUA
O presidente dos EUA, Donald Trump, havia aberto o caminho para uma ofensiva turca no nordeste da Síria com a decisão de retirar as tropas americanas da região. A Turquia quer criar ali a chamada "zona de segurança", área da qual o YPG deve se retirar. O Governo de Ancara classifica a milícia curda como uma organização terrorista.
Os combatentes do YPG foram os mais importantes aliados dos EUA na luta contra o grupo extremista do Estado Islâmico (EI) na Síria. Muitos políticos dos EUA acusam Trump de abandonar seus aliados. Ainda não há pronunciamento do YPG sobre o recente incidente em Tal Abjad.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.