Somália: Cinco mortos após ataque jihadista
3 de janeiro de 2021De acordo com os média locais somalis "Garowe Online", dois cidadãos turcos e três somalis foram mortos no ataque, que ocorreu a cerca de 22 quilómetros a sudoeste da capital, na mesma estrada em construção que foi atacada em dezembro de 2019 pelo grupo Al-Shabab, e matou pelo menos 92 pessoas.
Fontes da Segurança avançaram que o atacante tinha como alvo trabalhadores turcos, e que a explosão ocorreu enquanto o mesmo conduzia uma motocicleta.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco condenou "firmemente este ataque atroz contra os trabalhadores" da empresa turca que constrói esta estrada, que, afirmam, está a "contribuir para o desenvolvimento e prosperidade da Somália".
Estrada financiada pelo Qatar
Os trabalhos na estrada começaram em 2018, financiados pelo Qatar e construídos por trabalhadores da Turquia, um país com uma forte presença diplomática e comercial na Somália, em cuja capital também tem o seu maior centro de treino militar ultramarino.
A sua construção foi interrompida no ano passado após um atentado com um camião-bomba a 28 de dezembro de 2019, do grupo Al-Shabab, que matou pelo menos 92 pessoas e feriu mais de 125.
O porta-voz do grupo jihadista, Ali Dheere, disse numa mensagem transmitida na Rádio Andalus, estação de rádio oficial do grupo terrorista, que o alvo do ataque eram civis turcos e que o Al-Shabab tinha anteriormente manifestado a sua rejeição à estrada.
"Vamos continuar a atacar os turcos que invadem o nosso país", disse Dheere.
Massacre
O massacre, em que dois engenheiros turcos foram mortos, foi o pior acto terrorista que a Somália sofreu desde outubro de 2017, quando a explosão de várias camiões-bomba causou mais de 500 mortes na capital somali.
Mogadíscio sofre frequentemente ataques do Al-Shabab, uma organização afiliada à Al Qaeda desde 2012 e que controla as áreas rurais do centro e sul da Somália, um país em que procura estabelecer um estado islámico Wahhabi (ultraconservador).
A Somália vive num estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um Governo capaz de reagir, e nas mãos de milícias islámicas.