A União Desportiva do Songo é o primeiro bicampeão moçambicano de fora de Maputo. Há três anos que o clube soma conquista atrás de conquista. Qual é o segredo do sucesso?
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Este foi mais um ano de glória para a União Desportiva do Songo. O clube venceu o campeonato nacional de futebol, o Moçambola, pela segunda vez consecutiva.
No sábado (03.11), na 30ª e última jornada do campeonato, a equipa da província de Tete perdeu por 2-1 diante do Maxaquene de Maputo. Mas esta foi a única derrota que sofreu em casa este ano. Os números falam por si: o Songo termina o Moçambola com 58 pontos, resultantes de 17 vitórias, sete empates e seis derrotas.
Ao todo, são já três anos de conquistas. Além de ser o primeiro bicampeão moçambicano de fora de Maputo, o Songo venceu em 2016 a Taça de Moçambique.
"Tudo isto é feito por uma equipa que nem da capital provincial [Tete] é. É uma equipa da localidade. Afinal, partindo da localidade, pode-se fazer muita coisa", afirma Pedro Couto, o Presidente do Conselho de Administração da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), o maior patrocinador da equipa.
Qual é o segredo?
Criado em 1982, o então Grupo Desportivo da HCB entrou para o Moçambola em 2009. É uma das poucas equipas que participam na prova máxima do futebol nacional cuja sede está sedeada numa pequena localidade.
As vitórias não são "nenhuma causalidade", diz Couto. O segredo para o sucesso é simples: "trabalho, dedicação, firmeza".
Dentro de duas semanas, o Songo vai representar Moçambique na Liga dos Campeões africanos de futebol. O presidente do clube, Lucas Gune, promete que a equipa dignificará o país.
Songo é a nova estrela do futebol moçambicano
"Queremos que a nossa história de sucesso ganhe novas linhas douradas, e, para que isso aconteça, contamos com o empenho e dedicação de todos, para que a União Desportiva do Songo continue no topo", declarou Gune.
Outros jogos
O Moçambola terminou com o segundo classificado, o Ferroviário de Maputo, a perder frente à ENH Vilankulo, por 1-0.
A Liga Desportiva de Maputo bateu o Ferroviário da Beira por 3-0. O Costa do Sol e o 1º de Maio de Quelimane empataram a 2 bolas. O Ferroviário de Nampula venceu o Textáfrica do Chimoio por 3-1. O clube do Chibuto empatou a zero com o Ferroviário de Nacala, e o já despromovido Clube Desportivo da Universidade Pedagógica de Manica venceu o também despromovido Sporting de Nampula por 2-1. O Desportivo de Nacala venceu o Incomáti de Xinavane por 1-0.
Sal, urina e dentes de alho: Superstições no futebol
Jogadores e treinadores de todo o mundo não se limitam às suas habilidades futebolísticas - as superstições são também uma parte importante do desporto-rei. Descubra aqui algumas.
Foto: Getty Images/K.Sahib
Cristiano Ronaldo: Mestre dos rituais
O internacional português não deixa nada à sorte. No autocarro da equipa do Real Madrid, senta-se sempre na fila de trás. No avião, vai na fila da frente. Entra sempre em campo com o pé direito e, durante o intervalo, vai sempre arranjar o cabelo. Será por isso que já ganhou cinco Bolas de Ouro?
Foto: Getty Images/K.Sahib
Neymar: Rezar pela vitória
Neymar é o melhor jogador do mundo - pelo menos, é o que diz Neymar de si próprio, acrescentando que Lionel Messi e Cristiano Ronaldo são "de outro planeta". O avançado brasileiro também tem os seus rituais. Antes de cada jogo, reza com o pai. Entra em campo com o pé direito, toca com as mãos na relva e reza de novo.
No Mundial de 1990, o ex-guarda-redes argentino Sergio Javier Goycochea desenvolveu o hábito de urinar em campo, antes de defender penáltis. Pelo menos era uma forma de desnortear os adversários. Pareceu resultar até ao último jogo, em que a Argentina perdeu 0-1 frente à Alemanha.
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Manuel Neuer: Toque de guardião
O guarda-redes alemão Manuel Neuer também tem rituais. Antes de cada jogo, toca nas barras da baliza e fá-lo novamente antes de começar a segunda parte. Não parece ter dado resultado no Mundial de 2018.
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Bastian Schweinsteiger: Meias húmidas
Foi o herói do Mundial de 2014, continuando a jogar mesmo com sangue na cara. O ex-capitão da seleção alemã, que está agora nos Chicago Fire nos EUA, levou a "Mannschaft" à vitória no Campeonato. Schweinsteiger gosta de jogar com meias e sapatilhas molhadas.
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Laurent Blanc e Fabien Barthez: Beijo da sorte
Laurent Blanc foi capitão da selecção francesa durante anos. Antes de cada partida internacional, beijava a cabeça do guarda-redes da equipa, Fabien Barthez. Aparentemente, isso dava sorte a Blanc. A certa altura, a equipa inteira começou a alinhar-se para dar o "beijo da sorte" na cabeça do guarda-redes.
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Gerd Müller: Quanto maior, melhor
As sapatilhas dos jogadores de futebol têm de ter o tamanho certo. Mas o ex-jogador alemão Gerd Müller insistia em calçar sapatilhas com três números acima. Ele dizia que, assim, "girava" melhor. Já o austríaco Johann Ettmayer usava sapatilhas que lhe ficavam pequenas. Segundo Ettmayer, as sapatilhas dos futebolistas deviam ser como "preservativos para os pés".
Foto: pictur-alliance
Gary Lineker: Chutar para cima
Agora, é comentador de desporto da BBC, mas, nos anos 80, Lineker foi considerado o melhor avançado inglês. No aquecimento, nunca rematava para golo, porque não queria "gastar" as oportunidades.
Foto: AP
Eric Cantona: Sem banho não
Segundo os médicos, não é bom ir à sauna ou tomar banhos quentes antes de um jogo de futebol, porque demasiado calor é mau para os atletas. Mas o francês Eric Cantona não queria saber e tomava sempre um banho quente de cinco minutos às 8 da manhã do dia do jogo.
Foto: picture-alliance
Real Madrid: O poder do alho
Ano após ano, as estrelas espanholas têm conquistado troféu atrás de troféu: o último foi o da Liga dos Campeões, este ano. Mas, em 1912, era diferente: a equipa já não ganhava há cinco anos. Para pôr fim ao "feitiço", plantou-se um dente de alho no meio do campo de futebol. Nessa época, a equipa ganhou a Copa del Rey.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Romeo Anconetani: Uma "pitada" de sal
Romeo Anconetani foi presidente do clube italiano AC Pisa, de 1978 a 1994. Estava convencido que o sal ajudava a equipa a ganhar jogos. Por isso, costumava espalhar sal pelo campo antes dos jogos. Quanto mais importante era o jogo, mais sal espalhava. Uma vez, numa altura em que estavam com dificuldades em acompanhar os rivais do AC Cesena, espalhou 26 quilos de sal.
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Mário Zagallo: 13, o número da sorte
A fixação do treinador brasileiro com o número 13 é mítica. Zagallo era devoto de Santo António, que se celebra no dia 13 de junho. Assim, o técnico vivia num 13°, casou num dia 13 e, quando ainda jogava futebol, usava a camisola 13. Zagallo conduziu a selecção brasileira à vitória no Mundial de 1994.
Foto: picture-alliance/dpa/A.Scheidemann
Carlos Bilardo: Aves azarentas
Em 1986, o treinador argentino Carlos Bilardo proibiu a seleção nacional de comer aves, por achar que isso dava azar. Portanto, só havia bife às refeições. Além disso, mandou os jogadores partilharem pasta de dentes antes dos jogos, porque uma vez ele pediu pasta de dentes emprestada a um dos futebolistas e venceu a partida. E vejam só: os argentinos foram campeões do mundo.
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Giovanni Trapattoni: Futebol e água benta
O técnico italiano Giovanni Trapattoni, que fez com que o Bayern de Munique voltasse às vitórias nos anos 90, é supersticioso. Melhor dizendo, é religioso. Antes da equipa entrar em campo, espalhava água benta pelo local. Para Trapattoni, não seria difícil arranjar o líquido sagrado: a irmã era freira.
Foto: picture-alliance/dpa
Joachim Löw: A cor azul
O treinador da seleção alemã, Joachim Löw, também é supersticioso. Durante anos a fio, usou uma blusa azul de caxemira. Os adeptos foram atrás e começaram a comprar camisolas azuis. Löw doou a blusa ao Museu da Federação Alemã de Futebol, mas continua a usar roupa azul. Mas não resultou no Mundial da Rússia: a Alemanha foi eliminada na fase de grupos.