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S&P mantém 'rating' e alerta que gás de Moçambique é crucial

Lusa
22 de outubro de 2022

Agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) decide manter o 'rating' de Moçambique num lugares mais baixos da escala, alertando para a importância do reinício dos projetos de exploração de gás.

Ratingagentur Standard & Poor's
Foto: Justin Lane/epa/dpa/picture alliance

"A capacidade de Moçambique cumprir as suas obrigações comerciais depende significativamente do recomeço e finalização de um projeto fundamental de gás natural liquefeito liderado pela TotalEnergies", lê-se na nota que acompanha a decisão, anunciada ontem (21.10), de manter o 'rating' em CCC+,  com Perspetiva de Evolução Estável.

No relatório, a S&P diz que "o projeto tem sido adiado devido aos persistentes riscos de segurança na região de Cabo Delgado, mas, sem uma significativa deterioração da situação de segurança, o projeto poderá recomeçar na segunda metade de 2023".

Classificação

A perspetiva de evolução estável para o 'rating' - que continua assim num dos lugares mais baixos da escala de 'rating', indicando que há vulnerabilidade e risco para os investidores -, tem em conta a atual capacidade financeira do país e as incertezas relativamente às receitas futuras.

Uma plataforma de exploração de gás na Bacia do Rovuma, norte de MoçambiqueFoto: ENI East

"O 'outlook' estável equilibra a nossa visão sobre a capacidade financeira de Moçambique para cumprir as suas obrigações financeiras nos próximos 12 meses, com as incertezas sobre quando é a que a produção de gás natural liquefeito vai começar e as receitas associadas ficam disponíveis para o Governo", lê-se na explicação detalhada sobre a ação de 'rating'.

Segurança na província de Cabo Delgado

A S&P prevê que a dívida pública de Moçambique, uma das mais elevadas na África subsaariana, deverá ficar à volta dos 90% até 2025, com a dívida das empresas públicas a representar 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Deste valor, 70% está ligado aos desenvolvimentos do projetos de gás natural, razão pela qual a evolução da economia moçambicana está profundamente dependente da melhoria das condições de segurança na província de Cabo Delgado e do regresso da TotalEnergies.

Mas as previsões da S&P apontam para uma aceleração do crescimento económico, de 2,3% em 2021, para 3,8% este ano, impulsionado pelo forte desempenho dos setores extrativos, podendo crescer ainda mais para uma média de 6% entre 2024 e 2025 com o recomeço das obras da TotalEnergies e o início da exploração de gás.

"As perspetivas de crescimento a longo prazo podem melhorar ainda mais se o gás natural liquefeito for usado como uma fonte eficiente de energia para a geração de eletricidade em Moçambique", concluem os analistas.

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