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Star FM: primeira rádio privada do Zimbabué é fiel ao regime do Presidente Mugabe

27 de julho de 2012

A Star FM é propriedade do grupo editorial Zimpapers, no qual o Estado detém 51%. No entanto, o director-executivo, Admire Tadera, afirma que vai lidar com os conteúdos de forma independente.

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ON AIRFoto: Fotolia/Giordano Aita

Há quatro anos, a União Africana e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) mediaram, no Zimbabué, um governo de união nacional. Na altura, impuseram também uma democratização gradual do país, incluindo a liberalização dos meios de informação. No final do junho, foi inaugurada a primeira emissora privada do Zimbabué. Os ouvintes e analistas, no entanto, dizem-se desiludidos: a Star FM revelou ser uma rádio fiel ao regime do Presidente Robert Mugabe.

O tom solene da inauguração desta rádio deixava advinhar a sua orientação. Na altura, porém, ainda havia alguma esperança. Também podia ter significado o oposto, uma emissora independente, que não confundisse o Estado com Mugabe e o seu partido, o Zanu PF, como o faz, há 32 anos, a rádio estatal ZBC.

Aos microfones da Star FM, o director-executivo, Admire Tadera, agradeceu a Deus pela licença obtida. E disse sentir-se bem por pertencer ao número dos que escrevem a história. O tom parecia excessivo para uma rádio com uma liberdade de acção muito restrita. A Star FM é propriedade do grupo editorial Zimpapers, no qual o Estado detém 51%.

"Não vamos reiventar a roda, só a podemos aperfeiçoar. Não queremos criar uma segunda rádio estatal, vamos lidar com os conteúdos de forma muito independente. Queremos que as pessoas no Zimbabué falem conosco. Sentimos que elas dialogam e que gostavam que o mundo participasse neste diálogo", diz Tadera.

O presidente Robert Mugabe lidera o país desde 1980Foto: Reuters

Ouvintes desconfiam da rádio

Bastou, no entanto, o primeiro noticiário para constatar que a roupa talvez seja nova, mas o conteúdo, não. Algo que não passou despercebido aos ouvintes, como conta o taxista Luke Shoma, em Harare.

"Em princípio, acho bom que haja uma nova emissora, e a ZBC perca o monopólio. Mas estou muito insatisfeito com o facto da maioria dos colaboradores serem ex-quadros da ZBC. Afinal, onde está a novidade?", pergunta Shoma.

O guarda Peter Chitanda, concorda. "Como zimbabueano, preocupam-me os conteúdos dos noticiários. Os membros do Zanu PF continuam a ser apelidados de camaradas, mas quando se fala nos membros do MDC, chamam-lhe 'senhor'. Tal como acontecia na ZBC. Duvido que a Star FM seja independente, como muitos talvez esperavam que fosse", comenta o guarda.

Ouvintes não acreditam que a Star FM terá conteúdos diferentes da rádio estatal, ZBC.Foto: Fotolia/Alexey Laputin

Interesses políticos em jogo

O analista especializado em comunicação social, Ernest Mudzengi, conhece a fundo o emaranhado político de proprietários e gestores da Star FM. Ele dá sua opinião sobre a chamada voz independente do Zimababué.

"Podemos celebrar o facto de termos mais uma emissora. Aumentou a quantidade. No que toca a qualidade, estamos conversados. Todo o processo de concessão da licença foi viciado no sentido de defender os interesses da Zanu PF", ressalta Mudzengi.

Autora: Clause Stäcker / Cristina Krippahl
Edição: Melina Mantovani / António Rocha

27.07 Zimbabué media - MP3-Mono

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