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Governo de STP quer punir exploradores ilegais de areia

24 de novembro de 2016

A extração ilegal de areia em São Tomé e Príncipe está aumentar. Isso traz graves consequências para o meio ambiente e saúde pública. As crateras resultantes da atividade, hoje charcos, são focos de paludismo.

Cratera resultante da extração de areia. Atualmente charco poluídoFoto: DW/R. Graca

Enormes crateras transformadas em charcos, consequência da extração ilegal de areia, estão a ser recuperadas na Praia Lagarto, próxima da capital São Tomé. Os antigos secadores de cacau e copra fazem agora blocos de areia e cimento para a construção civil. Sem meios alternativos de sobrevivência dizem que este trabalho garante o sustento das suas famílias.

Osvaldo Afonso é residente da Praia Lagarto e justifica: "A necessidade obriga, nós não temos emprego, a empresa fechou, não temos lote. E se não temos nada onde vamos buscar as coisas? Não há necessidade de eu pegar numa arma e assaltar as casas das pessoas, eu tiro aqui da natureza, nasci aqui e fui criado aqui."Esmael Monteiro, é outro morador que vive do mesmo negócio: "Fabricamos e vendemos os blocos aqui a preço baixo porque hoje todo o mundo produz blocos para sobreviver. Nós não temos alternativa."

A comunidade diz que com o comércio ilegal da apanha da areia conseguiu erguer obras sociais que foram promessas eleitorais, mas que nunca chegaram a ser cumpridas pelos sucessivos governos do arquipélago. Por isso uma das moradoras prefere agradecer a outras entidades: "Agradecer a deus pelo facto de termos tanque para lavarmos a nossa roupa, construido pela comissão.

Outro morador explica ainda que "as pessoas vêm de muito longe e pagam caro para lavar nesta lavandaria", ainda segundo ele: "Nós construímos esta lavandaria porque as mulheres quando íam lavar a roupa no rio que temos aqui ao lado voltavam com muitas doenças."

Quintal de uma residência transformado em local de venda de areiaFoto: DW/R. Graca
Crianças santomenses a brincarem num charcoFoto: DW/R. Graca

Promessas do Governo

Arlindo Ramos é ministro da Defesa e Administração Territorial e mostrou-se chocado com o que viu: "É pena que se deixou essa situação prolongar-se por tanto tempo. Nós vamos, em conjunto com o ministério das Infrastrututuras, realizar um encontro de trabalho de forma a encontrarmos uma solução para esse problema, porque o que constatamos no terreno é gravíssimo."

Dezenas de praias já foram destruídas no arquipélago em consequência desta prática nefasta para o meio-ambiente, mas as autoridades estão a estudar mecanismos para travar a extração ilegal areia.

Edgilson Cravid é geólogo são-tomense e garantiu à DW África: "Mediante o projeto de adaptação das mudanças climáticas para as zonas costeiras, nós o que pretendemos realizar ao nível da direção de geologia é um estudo de potencialidades de possíveis jazidas de exploração."

Segundo o geólogo, a finalidade seria a seguinte: "Ao identificar esses pontos potenciais, junto do ministério de tutela vermos como as indústrias extrativas poderiam extrair nesses locais identificados, através de concessões da área exploratória por um tempo conforme as normas, e que esse material extraido possa abastacer o mercado." 

23.11.2016 SPT/Inertes - MP3-Mono

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