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"STP Indignados" protestam contra a impunidade

Ramusel Graça (São Tomé)12 de julho de 2013

Grupo de jovens, auto-intitulado "STP Indignados", organizou, esta quinta-feira (11.07), uma marcha lenta de protesto na capital de São Tomé e Príncipe, sob o lema "Tolerância Zero à Impunidade".

"Indignados" protestam contra a impunidade em São Tomé
"Indignados" protestam contra a impunidade em São ToméFoto: DW/R. Graca

"Estamos a reivindicar os nossos direitos. O arroz não vem bom para o povo comer e, portanto, estamos a discutir". São declarações de uma manifestante indignada com a má qualidade do arroz que está a ser comercializado a 73 cêntimos o quilo em São Tomé e Príncipe.

A marcha pacífica foi convocada pelo grupo de jovens intitulado "STP Indignados", que surgiu há três semanas no arquipélago. Vigiados por um forte dispositivo policial, jovens e mulheres cantavam e exibiam cartazes apelando um São Tomé e Príncipe melhor para todos. Os manifestantes exigem liberdade de expressão e de opinião, oportunidades de emprego, casas e o fim da corrupção.
                                                                                                                                                    

Desinel Carvalho, um dos integrantes do STP Indignados, afirma que São Tomé tem "uma corja de políticos corruptos que trata de conseguir tudo em seu proveito". "Tanto a política interna como externa, a forma como o governo tem estado a agir, não vai ao encontro dos nossos ideais", diz ainda Desinel Carvalho, que faz parte dos cincos jovens organizadores da marcha pacífica detidos e mantidos 5 cinco horas, esta quarta-feira (10.07), na esquadra da polícia, apos terem sidos interrogados sobre os motivos da manifestação.

Políticos corruptos e atropelos à lei, denunciam manifestantes

O partido ADI (Ação Democrática Independente), que se associou ao protesto, acredita que a democracia pode estar em risco em São Tomé e Príncipe. Abnildo de Oliveira, dirigente desta força politica e ex-secretário de estado da Juventude e Desporto do 13º governo liderado por Patrice Trovoada, cita exemplos: "Decidimos participar nesta marcha, tendo em conta os últimos acontecimentos. Na semana passada, um ex-ministro foi detido, sem culpa formada. O vice-presidente da Assembleia foi abordado para se dirigir ao comando. E ainda ontem presenciámos a detenção de 5 jovens". "Na nossa opinião", continua, "estas atrocidades e atropelos à lei da Constituição fizeram com que surgisse esta indignação".

O "STP indignados" surgiu depois de a firma de Delfim Neves, vice-presidente do partido da Convergência Democrática ter importado arroz de baixa qualidade e ter ganho 607 mil e 300 dólares americanos através do negócio.

Recorde-se que o grupo de jovens que organizou a marcha pacifica desencadeou recentemente uma vigília, frente à única estação televisiva do país, a TVSl, após a direção ter chumbado uma peça do programa humorístico “Nós por Cá”, que falava da qualidade do arroz.

Marcha lenta foi vigiada por um forte dispositivo policialFoto: DW/R. Graca
Desinel Carvalho, um dos integrantes do STP Indignados e organizador da marchaFoto: DW/R. Graca
"Queremos mais casas sociais" foi uma das reivindicações apresentadas na marcha pacíficaFoto: DW/R. Graca

"STP Indignados" protestam contra a impunidade

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