Após recontagem dos votos, instituição confirma que Ação Democrática Independente é o partido mais votado, mas não conseguiu maioria absoluta. ADI diz que vai governar. Oposição também se prepara para formar Governo.
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À porta do Tribunal Constitucional, na noite de quinta-feira (18.10), os militantes dos partidos da oposição já festejavam de forma efusiva o fim dos trabalhos de apuramento geral das eleições legislativas, entoando as palavras de ordem "povo tira, povo põe".
O veredicto foi finalmente lido esta sexta-feira por José Bandeira, Presidente do Tribunal Constitucional: "A coligação [PCD-UDD-MDFM] com 5 mandatos, ADI com 25 mandatos, o MLSTP/PSD com 23 mandatos, seguido do Movimento de Cidadãos Independentes com 2 mandatos".
Ainda segundo José Bandeira, houve 97.240 eleitores inscritos e 78.617 votantes, uma participação de 80,8%.
O partido no poder, Ação Democrática Independente (ADI), havia pedido uma recontagem dos votos nulos e brancos, por considerar que tinha havido fraude. A reavaliação acabou por não alterar os resultados das eleições anunciados pela Comissão Eleitoral Nacional, a 8 de outubro.
Elsa Pinto, mandatária do MLSTP/PSD – que conquistou 23 assentos parlamentares – considera que "não deve ser o Tribunal Constitucional a verificar voto por voto", pelo que o processo, afirma, "foi um exercício bastante fastidioso”. No entanto, Elsa Pinto conclui que "conferiu autenticidade e a verdade eleitoral está patente".
Constituição diz que Presidente deve decidir
STP: Constitucional confirma resultados das eleições
Perante estes resultados, o Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, deve agora decidir que partido chama a formar Governo, uma vez que nenhum obteve maioria absoluta no Parlamento.
Os partidos da oposição preparam-se para governar e pedem ao chefe de Estado que queime etapas com vista a viabilizar a sua coligação, que será formada por MLSTP/PSD PCD MDFM-UDD. "Hoje, podemos dizer que a oposição ganhou estas eleições, pese embora o ADI esteja emprimeiro lugar, mas não tem condições de governar este país", diz Delfim Neves, vice-presidente do PCD.
Depois da proclamação dos resultados finais das eleições legislativas de 2018, que dão maioria simples à ADI, o secretário-geral Levy Nazaré garante que o seu partido vai formar Governo, esperando abertura dos outros partidos "para conversar".
"Se o povo quisesse que o MLSTP/PSD vencesse as eleições ter-lhes-ia dado maioria absoluta. Se o povo quisesse que o ADI viesse como vinha a governar, também nos daria maioria absoluta. Mas não retirou o ADI do primeiro lugar e há possibilidade de continuar a governar", diz Levy Nazaré.
O novo Parlamento deverá tomar posse 30 dias após a proclamação dos resultados eleitorais definitivos.
Insegurança nos táxis de São Tomé e Príncipe
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes e os proprietários enfrentam dificuldades.
Foto: DW/Ramusel Graça
Viaturas em más condições
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes. O parque automóvel está degradado, as dificuldades com a manutenção são um problema do dia-a-dia, associado ao aumento dos preços dos combustíveis. Ainda assim, o táxi continua a ser o ganha-pão de muitas famílias.
Foto: DW/Ramusel Graça
Milhares de passageiros por dia
Cerca de mil viaturas pintadas de amarelo concentram-se na Avenida Geovani, em São Tomé, que faz fronteira com os dois principais mercados Municipal e Coco Coco. São responsáveis pelo movimento diário de cerca de 17 mil pessoas. O parque automóvel é constituído na sua maioria por viaturas Toyota, que os taxistas dizem ser uma marca resistente.
Foto: DW/Ramusel Graça
Remendar e substituir
Claudino da Graça troca o pneu do seu carro. A sua viatura é quase uma anarquia de peças, fruto de vários remendos. Claudino sabe que a solução não é das melhores, mas garante que este carro é o único ganha-pão. A sua viatura, adquirida por empréstimo há já quatro anos, não oferece conforto ou segurança e clama por uma manutenção urgente. O barulho do motor e das chapas soltas não são bons sinais.
Foto: DW/Ramusel Graça
O perigo do "engenho"
Estas viaturas representam o sustento de muitas famílias e, por isso, os condutores enfrentam a estrada com coragem e engenho. Um litro de combustível custa cerca de um euro. Face ao baixo poder de compra, muitos taxistas improvisam depósitos alternativos, utilizando vasilhas de plástico altamente inflamáveis ao lado do motor. Quando o depósito fura, uma garrafa de litro resolve o problema.
Foto: DW/Ramusel Graça
Transporte de mercadorias
Os táxis que ligam o centro da ilha de São Tomé a aldeias no norte e no sul da capital abastecem os mercados logo pela manhã, com peixe e produtos hortícolas, pão e carvão. Os carros estão muitas vezes mal-conservados e circulam sobrecarregados. A viatura na foto tem a mala partida. Uma trave de madeira permite mantê-la aberta.
Foto: DW/Ramusel Graça
Do mar para o mercado: de táxi
Pescadores e peixeiras aproveitam os táxis coletivos para trazer peixe das cidades costeiras para a capital, São Tomé. O transporte é feito nas malas das viaturas, sem refrigeração. Um dia de trabalho para os taxistas que ligam zonas longínquas, incluindo a cobrança das cargas, representa cerca de 100 euros.
Foto: DW/Ramusel Graça
Concorrência em duas rodas
Muitos taxistas colocam a hipótese de abandonar a atividade, que em tempos foi um grande negócio. Aqueles que percorrem a periferia da capital chegam a faturar apenas dez euros num dia. E os moto-táxi (na foto) fazem concorrência aos taxistas são-tomenses.
Foto: DW/Ramusel Graça
Alternativa degradada
Neste arquipélago lusófono não existe uma linha regular de transportes públicos. A última, instituída em 2006, entrou em falência. Os taxistas não têm uma tarefa fácil: argumentam que o poder de compra dos são-tomenses baixou e a imagem das viaturas desmotiva os clientes. Na foto, táxis coletivos esperam por clientes junto à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Água Grande.
Foto: DW/Ramusel Graça
Amarelo
Até que volte a haver uma linha regular de ónibus, os táxis e mini-autocarros continuam a ser a única alternativa para que não tiver uma viatura própria. Os transporte de pessoas e mercadorias na ilha de São Tomé depende dos 17.000 táxis pintados de amarelo, que circulam nesta república centro-africana.