1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
Direitos HumanosSudão do Sul

Sudão do Sul: 72 civis assassinados desde fevereiro

Lusa
26 de abril de 2022

A ONU documentou o assassinato de pelo menos 72 civis, cerca de 40 mil deslocados e crimes "horrendos", incluindo decapitações, violações em grupo e queima de pessoas vivas, desde fevereiro, no norte do Sudão do Sul.

Tropas de manutenção da paz da ONU no Sudão do SulFoto: Sam Mednick/AP Photo/picture alliance

"Entre 17 de fevereiro e 07 de abril, cerca de 72 civis foram assassinados, pelo menos 11 feridos e registaram-se 64 casos de violência sexual, de acordo com equipas da Missão da ONU no Sudão do Sul, que realizou dez missões de verificação na área" do condado de Leer, lê-se num comunicado divulgado na segunda-feira (25.04) pelas Nações Unidas e citado pela agência de notícias EFE.

A missão da ONU atribuiu a "jovens armados" dos condados vizinhos de Koch e Mayendit estes crimes, que incluem também ataques a pessoal de associações de ajuda humanitária, roubo de gado e saques a armazéns e instalações de assistência humanitária, que também foram incendiados.

"Relatórios preliminares do condado de Leer, situado no estado do Alto Nilo, indicam que cerca de 40 mil pessoas fugiram da violência, com milhares destas a cruzarem o rio Nilo rumo a Fangak, uma comunidade no estado de Jonglei", lê-se no comunicado.

A guerras online e offline do Sudão do Sul

01:27

This browser does not support the video element.

Apelo às autoridades locais

A missão enviou mais capacetes azuis para Leer depois de conhecer os dados divulgados, e o representante especial da ONU no país, Nicholas Haysom, instou as autoridades locais e nacionais a "tomarem medidas para reduzir a tensão e evitar uma escala e ataques de retaliação".

Entre os testemunhos recolhidos pelas Nações Unidas, estão os de duas mulheres que asseguram terem sido vítimas de violações em grupo, ao saírem dos esconderijos na selva para irem buscar comida para os filhos, e o de uma outra que contou ter sido violada e espancada durante três dias.

Na semana passada, a organização Médicos Sem Fronteiras já tinha denunciado que "dezenas de civis", entre os quais um dos seus funcionários, morreram nesses ataques.

O Sudão do Sul vive um conflito armado interno desde dezembro de 2013 (dois anos depois de se tornar independente do Sudão) e, desde então, embora em 2018 tenha sido firmado um acordo de Paz que ainda está a ser implementado, a violência causou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.

Uganda tem política de refugiados única

03:30

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema