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Sudão do Sul: Será este o acordo da paz?

Vera Covelo Tavares
26 de julho de 2018

No Sudão do Sul, espera-se que um novo acordo ponha fim à guerra civil que assola o país há 5 anos. O Presidente Salva Kiir e Riek Machar, líder da opositora fação rebelde, vão partilhar o poder no Governo e Parlamento.

Uganda Südsudan - Friedensgespräch zwischen Präsident Kiir, Oppositionsführer Machar und der ugandische Präsident Museveni
Presidente Salva Kiir e líder da oposição Riek Machar no acordode cessar fogo a 7 de julho, que foi quebrado horas depoisFoto: Getty Images/AFP/S. Sadurni

O acordo entre o Presidente sul-sudanês Salva Kiir e o líder do grupo rebelde Riek Machar foi anunciado em Cartum, capital do Sudão, que desde junho tem acolhido as reuniões com vista à paz no Sudão do Sul.

"Segundo este acordo, o Presidente Salva Kiir vai liderar o Governo do Sudão do Sul durante o período de transição e o Dr. Riek Machar será o primeiro vice-presidente durante o período de transição. Além do Dr. Riek Machar, haverá mais quatro vice-presidentes de todos os partidos políticos", explicou Al-Dirdiri Mohamed Ahmed é o Ministro do Negócios Estrangeiros do Sudão.

Sudão do Sul: Será este o acordo da paz?

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Acordo ainda é preliminar

O acordo definitivo só será selado a 5 de agosto. Depois, o Presidente sul-sudanês Salva Kiir e o líder dos rebeldes Riek Machar  terão três meses para formar o Governo de transição que ficará no poder durante três anos.

O acordo especifica ainda a composição do Governo e Parlamento. O Governo deverá ser composto por 35 Ministros. Vinte do lado do Presidente Kiir, 9 de Machar e os restantes pertencentes a outros grupos políticos. Já o Parlamento será composto por 550 deputados: 332 da parte de Kiir e 128 do lado de Machar. Para já, não ficou especificado de que forma será partilhado o poder a nível regional e local.

Segundo Michael Makuei, Ministro da Informação do Sudão do Sul este passo representa uma grande conquista.

"Trouxemos paz ao povo do Sudão do Sul e vamos continuar a trabalhar muito para assegurar que este acordo é implementado plenamente" , disse aos jornalistas. Makuei apelou ainda ao apoio da comunidade internacional para o povo do sudão do Sul no seu caminho para a paz.

A violenta guerra civil do Sudão do Sul dura há 5 anosFoto: Getty Images/AFP/S. Glinski

Ceticismo

Apesar destas palavras, há lugar para ceticismo. Em 2015, já tinha sido assinado um acordo parecido, até que conflitos violentos no país voltaram a rebentar em julho de 2016,  levando o líder da oposição a fugir do país.

A 7 de julho deste ano, também tinha sido assinado um cessar de fogo permanente entre Kiir e Machar, que foi quebrado horas depois.

Dado o historial, a comunidade internacional permanece reticente. A história do Sudão do Sul como país é marcada pela violência da guerra civil que dura há 5 anos já causou morte a dezenas de milhares de pessoas e fez com que mais de 2 milhões fugissem do país.

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