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Sudão: Manifestações em massa pelo país

EFE | Reuters | cvt
14 de julho de 2019

Milhares de sudaneses saíram às ruas, este sábado (13.07), para pedir justiça e lembrar as dezenas de manifestantes que morreram no último dia 3 de junho durante a desocupação da zona de protestos na capital Cartum.

Demonstrationen im Sudan
Manifestantes em CartumFoto: Reuters/M. N. Abdallah

Convocadas sob o lema "Justiça Primeiro", as passeatas aconteceram com manifestantes levando fotografias dos mortos e cantando palavras de ordem como "Não aos assassinos, não aos injustos, justiça primeiro" e "Não te esquecemos, não te esquecemos".

"Viemos para expressar a nossa opinião e transmitir a nossa voz e saudar a memória de nossos eternos mártires", disse o manifestante Mostafa Sayed Ahmed.

"Estaremos nas ruas até que as nossas exigências sejam cumpridas,” acrescentou Osama Iskandar, um jovem manifestante.

Na capital, as manifestações, convocadas pelas Forças de Liberdade e Mudança, uma plataforma de grupos políticos e civis que defendem um processo para democratizar o país, tiveram como destino as casas de algumas das vítimas.

Por sua parte, a Associação de Profissionais Sudaneses exibiu na sua página do Facebook imagens de grandes marchas em várias outras partes do país, como Madani (centro), Sennar (sul) e Al Abyad (oeste).

Manifestantes em CartumFoto: Getty Images/AFP/A. Shazly

As Forças de Liberdade e Mudança convocaram as passeatas no último dia 5 de julho, quando foi anunciado que a junta militar - que controla o país desde a derrocada há três meses do ex-presidente Omar al Bashir - e os grupos civis tinham alcançado um acordo para a formação de um Conselho Soberano.

Apesar de que com esse acordo foram suspensos todos os demais protestos, a plataforma manteve a convocação para lembrar os 40 dias do despejo do acampamento e exigir punição para os responsáveis do que qualificam como "massacre".

Massacre a 3 de junho

No último dia 3 de junho as forças de segurança desalojaram violentamente os manifestantes que estavam acampados há dois meses em frente à sede do exército em Cartum para exigir a formação de um governo civil.

Aquela ação deu lugar a vários dias de violência nos quais morreram pelo menos 118 pessoas, segundo a oposição, e 61, de acordo com o Governo, o que rompeu as negociações entre militares e opositores, que só voltaram a conversar após a intermediação da União Africana e da Etiópia.

A junta militar e as Forças para a Liberdade e a Mudança, que aglutina a maioria das forças políticas contrárias ao regime anterior, alcançaram um acordo em 5 de julho para formar um conselho formado por cinco civis, cinco militares e um civil pactuado entre todos.

Ambas partes preparam ainda o texto definitivo do acordo, que deveria ter sido assinado na quinta-feira passada (10.07), mas ainda está pendente de ratificação, algo que poderia acontecer nas próximas horas.

 

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