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ConflitosSudão

Sudão: Tribos rivais assinam paz após confrontos violentos

EFE
4 de agosto de 2022

As duas tribos que protagonizaram confrontos violentos há duas semanas no sudeste do Sudão assinaram um acordo de cessação de hostilidades para pôr fim ao conflito que deixou pelo menos 130 mortos e centenas de feridos.

Foto: AFP

O pacto foi assinado pelos líderes das etnias hausa e berta sob a supervisão de Mohamed Hamdan Dagalo, vice-presidente do Conselho Soberano de Transição, principal órgão executivo do Sudão, e líder das Forças de Apoio Rápido, uma antiga milícia agora integrada nas Forças Armadas.

O governo do estado do Nilo Azul, onde ocorreram os violentos confrontos em meados de julho, e as próprias Forças de Apoio Rápido também estiveram presentes na assinatura do acordo que, segundo o comandante do corpo militar, Abdul Rahim Dagalo, "é um passo introdutório para uma conferência para anunciar a reconciliação final nos próximos dias".

O acordo envolve o envio de forças militares para a zona de conflito e a abertura de estradas, que foram fechadas pelo conflito.

Sudão: protestos contra os militares continuam

02:42

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Disputas tribais

Os confrontos entre hausas e bertas começaram após a morte de um fazendeiro e tinham como pano de fundo disputas tribais relacionadas com a liderança na administração da região.

Durante os três dias de confrontos também houve incêndios e saques em várias cidades, o que forçou o deslocamento de pelo menos 17.000 pessoas, segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Além disso, membros da tribo hausa, que está presente em várias partes do Sudão e à qual pertence a maioria dos mortos nos confrontos do Nilo Azul, manifestaram-se em cidades de outros Estados em protestos que deixaram pelo menos três mortos.

A violência entre a miríade de tribos que habitam o Sudão é comum, embora as revoltas tenham aumentado nos últimos meses em plena crise económica e política, esta última causada por um golpe militar em outubro do ano passado que interrompeu um processo de transição democrática iniciado em 2019.

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