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Sul-africanos receiam efeitos da remodelação do Governo

Subry Govender
31 de março de 2017

Demissão do ministro das Finanças Pravin Gordhan gera desconfiança. Sul-africanos criticam decisão do Presidente Zuma. Vice-presidente do país insatisfeito também com a saída do titular da pasta das Finanças.

Südafrika Präsident Jacob Zuma
Foto: Getty Images/AFP/J. Njikizana

O anúncio do Presidente Jacob Zuma de demitir 10 ministros e igual número de vice-ministros, muitos deles considerados seus fiéis, criou descontentamento entre os sul-africanos. Zuma pediu aos indigitados para trabalharem em prol de uma rápida transformação socioeconómica e garantirem uma melhor vida para os mais pobres. Mas a população receia que as mudanças tenham consequências económicas. 

Steven Dlamini considera que "o que o Presidente fez é patético”. Este residente diz que basta olhar para a taxa de desemprego, em valores elevados. "Definitivamente vai afetar o cidadão comum. Mais cedo ou mais tarde, vamos ouvir sobre o aumento do petróleo por causa das decisões erradas do Presidente”, acrescenta.

Também Jacov Labuschange está contra as mudanças, porque, diz, "não é bom para a economia”. "Os líderes devem mostrar que estão mais preocupados com o país do que com eles próprios e os próprios bolsos e afastá-lo. Ter alguém mais competente a governar”, argumenta Labuschange.

Esta sexta-feira (31.03) milhares de pessoas saíram à rua em Pretória e na Cidade do Cabo exigindo a renúncia do presidente da África do Sul, em resposta à grande remodelação de governo que deixa mais dividido do que nunca o partido governante, o Congresso Nacional Africano (CNA)

Gordhan fala de "ataques” ao seu trabalho

Pravin Gordhan e Mcebisi Jonas, antigos ministro e vice-ministro das FinançasFoto: Reuters/S. Sibeko

O antigo ministro das finanças, Pravin Gordhan, já esta sexta-feira, em conferência de imprensa, afirmou que ele e o seu vice-ministro, Mcebisi Jonas, concentraram o trabalho na promoção da estabilidade económica, no crescimento e no desenvolvimento socioeconómico do país.

Em uma referência à alegada corrupção que envolve Zuma e a família de empresários Gupta, Gordhan disse que ele, o vice-ministro e o país não estavam à venda."Nos últimos 15/16 meses temos sido sujeitos a ataques horríveis contra o nosso trabalho”, adiantou.

Críticas do vice-presidente

Sul-africanos receiam efeitos negativos da remodelação do Governo

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O vice-presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, candidato à sucessão de Zuma na liderança do ANC, considerou a medida "inaceitável”. O governante diz já ter mostrado a sua preocupação com a decisão de Jacob Zuma. "Ele sai com base num relatório que, acredito, tem alegações infundadas sobre a ida do Ministro das Finanças e do vice-ministro a Londres para mobilizar os mercados financeiros contra o país”.

Analistas políticos e outros observadores consideram que Zuma sucumbiu aos Gupta. A analista Karima Brown considera que o que está a acontecer é uma vitória da família de empresários e fala mesmo de um "golpe dos Gupta”.  

Os novos ministros deverão tomar posse ainda esta sexta-feira (31.03), embora a Aliança Democrática, na oposição, já tenha dito que iria apresentar um pedido urgente ao Supremo Tribunal do Cabo Ocidental para suspender a cerimónia.

 

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