Suspensas negociações na República Democrática do Congo
AFP | Lusa | EFE | ms
17 de dezembro de 2016
As negociações entre o Governo e a oposição para tentar encontrar uma solução para a crise política na República Democrática do Congo foram hoje suspensas. São retomadas um dia depois do fim oficial do mandato de Kabila.
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O anúncio foi feito este sábado (17.12) por Marcel Utembi, presidente da Conferência Episcopal Congolesa, a entidade que está a mediar as negociações no país. Os mediadores já advertiram que o fracasso em encontrar um acordo político poderá levar a "uma situação incontrolável".
As conversações para garantir uma transição política pacífica só serão retomadas na próxima quarta-feira, um dia depois de o Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Joseph Kabila, terminar oficialmente o mandato, a 20 de dezembro.
Uma parte da oposição e da população exige a saída nessa data de Joseph Kabila, mas o chefe de Estado quer continuar no poder.
A 18 de outubro, o Governo da RDC e uma minoria da oposição chegaram a um acordo que para o adiamento das eleições presidenciais previstas para dezembro deste ano para abril de 2018 e a formação de um Governo de união nacional dirigido por um opositor.
Mas a principal plataforma da oposição, o chamado "Rassemblement", rejeitou o acordo, acusando o Presidente de manipular o sistema eleitoral para se manter no cargo.
Poder perpétuo?
Joseph Kabila dirige o país desde 2001, quando chegou ao poder após o assassinato de seu pai, Laurent-Désiré Kabila, e venceu as duas eleições presidenciais realizadas até o momento, em 2006 e 2011.
O Presidente é obrigado a deixar seu posto após dois mandatos de cinco anos, conforme o limite fixado pela Constituição congolesa. Kabila é mais um dos muitos líderes africanos que tentam perpetuar-se no poder passando por cima da lei - como já fizeram os seus homólogos do Burundi, Pierre Nkurunziza, e do Ruanda, Paul Kagame.
Em setembro, explodiram em Kinshasa protestos para pedir a demissão do Presidente, que terminaram, segundo as autoridades, com pelo menos com 32 mortos. A oposição elevou este número para mais de 75 pessoas.
Primeiras-damas em África: O amor ao poder
Não são eleitas pelo povo, mas têm muito poder. Algumas têm mesmo ambições presidenciais. Apresentamos-lhe algumas primeiras-damas africanas.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hutchings
Exuberante: Ana Paula dos Santos
Ana Paula dos Santos trabalhou como modelo e hospedeira de bordo. Conheceu o marido, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos, a bordo do avião presidencial. Alguns gostam dela pelo seu empenho em causas femininas e infantis, outros criticam-lhe o estilo de vida luxuoso.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Novais
De ridicularizada a temida: Grace Mugabe
Durante muito tempo manteve-se nos bastidores. Teve dois filhos de Robert Mugabe quando ele ainda era casado com a primeira mulher. Só após a morte desta é que o Presidente casou com a sua antiga secretária. Hoje Grace Mugabe tem muita influência no partido no poder. Ainda que o negue, Grace, de 51 anos, é tida como sucessora do seu marido de 92 anos.
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Estimada: Margaret Gakuo Kenyatta
Os quenianos adoram a sua primeira-dama. Margaret Gakuo Kenyatta promove campanhas de saúde maternal. A sua campanha para a redução da mortalidade infantil despertou muitas consciências para o tema. Gakuo é tida como modesta e discreta. É filha de um empresário do setor ferroviário e de uma alemã. É casada desde 1991 com o Presidente Uhuru Kenyatta.
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Discreta: Aisha Buhari
Os nigerianos foram surpreendidos pela positiva quando Aisha Buhari disse que respeitaria a Constituição e não se envolveria na política. Depois de ter tomado posse, o seu marido Muhammadu Buhari acabou com o posto de primeira-dama, por ser um desperdício de fundos públicos, inconstitucional.
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Mulher fatal? Dominique Ouattara
Dominique Ouattara sempre gostou de se relacionar com os poderosos. Quando conheceu Alassane Ouattara, no final dos anos 80, já tinha feito carreira como agente imobiliária. Através do casamento a empresária de sucesso ascendeu à primeira liga dos poderosos, na Costa do Marfim. Entretanto ocupa-se de questões ligadas aos direitos das crianças.
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A eterna primeira-dama: Janet Museveni
Janet Museveni celebra 30 anos como primeira-dama, o que faz dela a mais antiga no cargo no continente africano. Depois da controversa vitória do marido, Yoweri Museveni, em fevereiro de 2016, Janet Museveni deverá permanecer ainda longos anos como primeira-dama. A mãe de quatro filhos é deputada desde 2006 e em 2009 foi nomeada ministra para a região de Karamoja, no nordeste do Uganda.
Foto: Imago/Xinhua
A conservadora: Marieme Faye Sall
A primeira-dama senegalesa Marieme Faye Sall (à direita com Michelle Obama) é a primeira senegalesa "genuína" a ocupar a posição, todas as anteriores tinham ascendência francesa. Marieme é descrita como uma dona de casa dedicada que não se intromete na política do marido, Macky Sall. O seu estilo de vida conservador vale-lhe muitas críticas.
Foto: Getty Images/AFP/S. Diallo
Atenciosa: Marie Olive Lembe
Foi noiva durante muitos anos do Presidente congolês Joseph Kabila. Em 2006 tornou-se primeira-dama. Marie Olive Lembe di Sita tem dois filhos e é muito amiga da irmã gémea do Presidente, que é tida como braço direito deste. A República Democrática do Congo acaba por ter desta forma duas primeiras-damas.
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Quem é a primeira-dama da África do Sul?
Em 2008, Jacob Zuma começou uma maratona de casamentos. Em quatro anos casou com três mulheres: Nompumelelo Zuma, Thobeka Zuma e Bongi Ngema-Zuma. Além destas três há ainda a esposa de longos anos Sizakelle Zuma. Os críticos dizem que a grande família presidencial custa aos contribuintes uma fortuna. A atual presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, é ex-mulher de Zuma.