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Desporto

Taça do Rei: Real Madrid mói, mas Barcelona "mata"

António Deus
28 de fevereiro de 2019

Campeões espanhóis golearam os campeões europeus por 0-3 e estão na final da competição, onde vão tentar o "penta".

Barcelona vergou Real Madrid em pleno Santiago BernabéuFoto: Imago/Aflosport/D. Nakashima

O Barcelona derrotou o Real Madrid por 0-3, na segunda mão da meia-final da Taça do Rei, no mítico Estádio Santiago Bernabéu. Os galáticos entraram para a 2ª mão em vantagem, depois do empate a um golo, conseguido no primeiro jogo, em Camp Nou. Contudo, os "culés" foram letais na finalização e seguem para a final da Taça do Rei, competição que venceram nos últimos quatro anos e na qual marcam presença pelo sexto ano consecutivo.

Novo "Barça"

O Barcelona está longe dos tempos em que praticava um futebol de sonho, para muitos, o futebol perfeito, o mais belo jogado num campo de futebol.

Desde a saída de Pep Guardiola em 2012, o famoso "tiki-taka" do Barcelona foi-se desvanecendo aos poucos, mas nunca esquecido pelos jogadores que viveram esse período de vitórias. Piqué, Busquets e Messi são os últimos herdeiros do futebol que conquistou tudo o que havia para conquistar em Espanha, na Europa e no Mundo.

Ernesto Valverde é treinador do Barcelona desde 2017/18Foto: picture-alliance/Pressefoto ULMER/A. Lingria

Hoje, o Barcelona, comandado por Ernesto Valverde, "respeita" o adversário. Não que os antigos treinadores não o fizessem, mas este Barcelona treina e joga mediante o adversário em campo, ainda para mais quando se trata do maior e eterno rival, Real Madrid.

Fórmula "anti-Real"

Ontem, no Santiago Bernabéu, os campeões espanhóis jogaram com uma linha defensiva bastante recuada, com o quarteto defensivo a pisar a grande área, terrenos habitualmente pouco pisados por quem joga no Barcelona.

Depois, a tentativa de bloqueio ao "abre-latas" do Real Madrid, o jovem Vinícius Júnior. Em dias normais, Vinícius joga no lado esquerdo do ataque do Real Madrid, posição que facilita o drible interior de pé direito e o remate mais enquadrado com a baliza. Valverde respeitou o brasileiro e, para além da presença do português, Nélson Semedo, como defesa-direito, acrescentou, ao meio-campo, Sergio Roberto - médio de origem, mas há muito adaptado a defesa-direito. 

Vinicius teve muita bola e várias oportunidades dentro da área para fazer o golo, pois conseguiu fugir à marcação posicional de Nelson Semedo. No entanto, não conseguiu fazer o golo.

No meio-campo, Busquets ajudou no futebol aéreo e jogo interior, com o apoio de Rakític.

Na frente, um tridente mortífero. Messi, Dembélé e Suárez foram três predadores à solta, que o Real Madrid nunca conseguiu abater. Leonel Messi assumiu a camisola 10 e foi o guionista perfeito para uma dupla (Dembélé e Suárez) com eficácia de aterrorizar qualquer equipa. Três tentativas de golo, três vezes que a bola beijou a rede. 


Suarez não perdoa

Luis Suárez leva 171 golos em 233 jogos pelo BarcelonaFoto: Getty Images/AFP/J. Soriano

O "vampiro" de Camp Nou teve uma noite 100% eficaz. Luis Suarez teve intervenção direta nas três jogadas que deram os três golos ao Barcelona. Aos cinco minutos da 2ª parte (minuto 50), contra-ataque pela esquerda de Ousmane Dembélé, passe atrasado e Luis Suárez, de primeira, não deu hipótese a Keylor Navas.

Segundo golo, fotocópia do primeiro, à excepção do marcador. Dembélé, sem marcação, desta feita, pela esquerda, cruzamento para a área onde estava Suarez para encostar para dentro da baliza. Mas Varane, no carrinho, confirmou o 0-2, com um autogolo.

Por fim, aos 73 minutos, Suárez dentro da grande área, dribla Casemiro e o brasileiro pisa o pé do avançado uruguaio. Penalti convertido pelo próprio, à "panenka". Remate picado, a deixar Navas no chão e o Santiago Barnabéu sem palavras. O "vampiro" sugou a alma ao Real Madrid.

Vinícius Junior, avançado prodígio do Real MadridFoto: Imago/Zuma/M. Reino

Vinicius mói, mas (ainda) não mata

Tem 18 anos e custou mais de 60 milhões de euros ao Real Madrid. Vinicius Junior é uma promessa, ainda tenra, mas muito talentosa dos quadros merengues.

Em 26 jogos oficiais pelo Real Madrid, Vinicius soma três golos e 12 assistências. Números interessantes para um jovem, "obrigado" a ser a estrela da equipa, depois da saída de Cristiano Ronaldo. O peso da alcunha de "galático" não parece assustar Vinicius, que começou a época na equipa B, mas desde a saida de Julen Lopetegui foi promovido à equipa principal por Solari e não mais saiu.

No que toca a jogos a doer, nota mais que positiva. No maior duelo do futebol espanhol, o "El Clásico", Real Madrid x Barcelona", Vinicius não se escondeu e "foi para cima" dos jogadores do Barcelona. Com um futebol irreverente, dinâmico e bastante coletivo, Vinicius pecou no fator que realmente ganha jogos: o golo.

O brasileiro de 18 anos teve, pelo menos, três oportunidades na cara do golo, mas Ter Stegen, guarda-redes do Barcelona, ou a pontaria não permitiram que Vinicius levasse o Real Madrid à vitória, no que prometia ser uma exibição épica, digna da alcunha "galática". Fica a certeza da qualidade e a incerteza da eficácia.