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TerrorismoAfeganistão

Talibãs comemoram retirada americana com tiros em Cabul

rl | com agências
31 de agosto de 2021

Afeganistão volta às mãos dos Talibãs com celebração de "independência". Chefe do Comando Central americano, Frank McKenzie, revela"desgosto” pelos EUA não conseguirem retirar todos que querem deixar o Afeganistão.

Afghanistan | US Militärflugzeug startet am Flughafen Kabul
Aeronave americana deixa aeroporto de CabulFoto: Aamir Qureshi/AFP/Getty Images

Os Estados Unidos terminaram a sua missão no Afeganistão esta segunda-feira (30.08) com a retirada dos sues últimos soldados do país. Em videoconferência, o comandante-geral do Comando Central dos Estados Unidos, Frank McKenzie, anunciou o fim da "evacuação dos cidadãos americanos, cidadãos de países terceiros e afegãos vulneráveis".

A partida dos últimos aviões norte-americanos de Cabul ocorreu exatamente 20 anos depois dos Estados Unidos e as tropas aliadas terem invadido o país em resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro em Nova Iorque.

"Não conseguimos tirar do país todos os que queríamos, mas penso que se tivéssemos ficado mais 10 dias também não teríamos conseguido e continuaria a haver pessoas desapontadas. É uma situação difícil", disse McKenzie, ressaltando um "grande desgosto".

McKenzie anunciou retirada americanaFoto: Alex Brandon/AP Photo/picture alliance

Independência total

O Afeganistão volta assim a estar nas mãos dos Talibãs que não demoraram a celebrar a sua "independência". Pouco tempo depois dos últimos aviões norte-americanos terem descolado do país, ouviram-se tiros de celebração em Cabul.

No Twitter, o porta-voz dos Talibãs, Zabihullah Mujahid, escreveu que com a saída dos americanos, o Afeganistão "obteve a sua independência total".

Também esta segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução, na qual frisou esperar que os talibãs honrem "compromissos" relacionados com a saída ordeira de "afegãos e estrangeiros" do país. A resolução foi criticada, entre outros, pela sua fraca condenação das violações de direitos humanos no país e por não ter merecido a aprovação da China e Rússia, que se abstiveram.

"Os olhos de todos os afegãos que observam este conselho esperam um apoio claro da comunidade internacional. Esta falta de união é uma deceção para nós e para eles. No entanto, não duvido que todos os membros deste conselho partilhem deste mesmo obectivo prioritário, ou seja, permitir ao povo afegão recuperar a estabilidade e a segurança", disse Nathalie Broadhurst, representante francesa na ONU.

Forças afegãs controlam aeroporto depois da retirada americanaFoto: Wakil Kohsar/AFP/Getty Images

Reabrir aeroporto

A mesma mensagem foi passada esta segunda-feira, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão. Durante a sua viagem pelos países vizinhos do Afeganistão em busca de soluções para a retirada de cidadãos alemães e nacionais deste país.

Heiko Maas afirmou que a prioridade neste momento é reabrir o aeroporto de Cabul para voos civis, uma vez que ainda não há acordos sobre a saída das pessoas por outras vias.

"São questões muito complicadas, pois serão necessárias garantias do lado afegão, dos Talibãs, para que as pessoas possam sair por via terrestre. É por isso que alguns dos meus colegas ficarão aqui para trabalhar com os colegas do Uzbequistão", destacou Maas.

A decisão da retirada completa das tropas norte-americanas do Afeganistão até 31 de agosto foi anunciada, no início deste ano, pelo Presidente Joe Biden. No entanto, a tomada da capital afegã pelos talibãs, no início de agosto, gerou pânico pelo país com milhares de afegãos a querer fugir.

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