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EconomiaTanzânia

Tanzânia: Aumentar a dívida para suportar o desenvolvimento

Fredrick Nwaka
21 de janeiro de 2022

A Presidente da Tanzânia disse que o governo continuará a depender de empréstimos para o desenvolvimento do país. A afirmação desencadeou um grande debate, já que o país tem uma dívida de 28 mil milhões de dólares.

Tansania Präsidentin  Samia Suluhu Hassan
Foto: Eric Boniphase/DW

Samia Suluhu Hassan, a Presidente da Tanzânia, afirmou que o governo vai continuar a depender de empréstimos estrangeiros para financiar projetos de desenvolvimento no país.

Segundo o banco central, a dívida externa pública e privada da Tanzânia chegou perto dos 28 mil milhões de dólares (cerca de 24,7 mil milhões de euros no câmbio atual) em novembro do ano passado, com o empréstimo contraído pelo governo a representar mais de 70%.

Os fundos foram utilizados para financiar projetos como o sistema ferroviário da cidade de Dar es Salaam a Morogoro-Dodoma, na Região Costeira.

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Hassan defendeu recentemente o seu governo, alegando que o empréstimo externo não é novidade na Tanzânia: "A contração de empréstimos externos é uma obrigação, é uma realidade desde a nossa independência. Apenas queremos trazer desenvolvimento ao nosso povo".

As palavras da Presidente geraram debate entre peritos económicos na Tanzânia, com alguns a argumentar que o governo deve tomar precauções.

Especialista adverte contra empréstimos

Ibrahim Lipumba, especialista económico e antigo professor na Universidade de Dar es Salaam, afirma que "o empréstimo do FMI não tem taxa de juro ao contrário de empréstimos anteriores e o reembolso será feito ao fim de cinco anos".

O especialista acaba por advertir "no passado, não conseguimos pagar os empréstimos, pelo que é bom tomar precauções".

Embora o governo insista que a dívida atual é suportável, as opiniões dos tanzanianos dividem-se, na visão de Yusuph Mohammed, "a Tanzânia, como outros países em desenvolvimento, ainda depende da ajuda externa, nações desenvolvidas têm vindo a ajudar-nos há muitos anos, pelo que a contração de empréstimos não é má para nenhum país''.

Por outro lado, para Peter Edson, "alguns tratados criam caos no governo e até dificultam alguns projetos. A Tanzânia tem tantos recursos, penso que devíamos investir para melhorar a arrecadação de receitas locais, em vez de recorrer a empréstimos".

O debate sobre o endividamento da Tanzânia foi iniciado pelo Presidente da Assembleia Nacional, Job Ndugai, que renunciou recentemente ao cargo, que ocupava desde 2015, refletindo as divisões que abalam o partido no poder no país, o partido Chama Cha Mapinduzi.

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