1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaTanzânia

Magufuli está próximo da reeleição na Tanzânia

AP
30 de outubro de 2020

Números parciais divulgados pela comissão nacional registam mais de 80% dos votos a Magufuli. Esmagadora maioria no Parlamento faz oposição desconfiar de plano para mudar Constituição a fim de um terceiro mandato.

Tansania Wahlplakate von John Magufuli
Foto: Daniel Hayduk/AFP/Getty Images

O Presidente da Tanzânia está prestes a ser declarado vencedor das eleições de quarta-feira (28.10) apesar das alegações de fraude da oposição e do ceticismo internacional em relação ao pleito.

Segundo a os dados divulgados pela comissão eleitoral na manhã desta sexta-feira (30.10), o Presidente John Magufuli tem 83% dos votos no momento em que 60% do total havia sido apurado.

O partido Chama Cha Mapinduzi ganhou 194 lugares no parlamento, enquanto os partidos da oposição ganharam apenas dois. Isso significa que dois dos principais partidos da oposição perderem assentos.

O partido no poder parece ter assegurado a maioria de dois terços no Parlamento, o que é necessário para alterar a Constituição.

Alguns receiam que o partido no poder utilize a ampla maioria no Parlamento para alterar a Constituição a fim de alargar o limite de dois mandatos presidenciais. Lideranças do Chama Cha Mapinduzi já apelaram para essa mudança.

Ceticismo nacional e internacional

O Governo dos Estados Unidos disse que "as [alegadas] irregularidades e a vitória com margem avassaladora levantam sérias dúvidas sobre a credibilidade dos resultados''.

O principal candidato presidencial da oposição, Tundu Lissu, do partido CHADEMA, que teria recebido 14% dos votos, rejeita o processo eleitoral e apela por protestos.

A oposição alega fraude generalizada - com votações duplas e bloqueios do acesso de milhares observadores às mesas de voto. Poucos observadores internacionais foram autorizados a estarem presentes ao pleito.

Lissu alega que houve fraudes generalizadasFoto: Getty Images/AFP

A comissão eleitoral negou as alegações de irregularidades. Magufuli lembra que a Tanzânia recebeu no seu Governo o estatuto de rendimento médio-baixo e isso seria uma das razões que o levaram a merecer outro mandato.

Por outro lado, observadores dizem que os ideais democráticos da Tanzânia diluíram-se nas atitudes de Magufuli, acusado de reprimir vozes dissidentes.

Reuniões políticas da oposição foram proibidos em 2016, ano seguinte a sua tomada de posse, e meios de comunicação social foram visados. Alguns candidatos foram presos, impedidos de fazerem campanha ou desclassificados antes da votação.

O medo da violência pós-eleitoral persiste. O candidato presidencial na região semiautónoma de Zanzibar, Seif Sharif Hamad, do principal partido da oposição, ACT Wazalendo, foi preso com nove outros membros, nesta quinta-feira pela segunda vez esta semana.

Outro funcionário do ACT Wazalendo em Zanzibar, Ismail Jussa, foi espancado por agentes de segurança e hospitalizado, disse o partido.

Quem é Julius Nyerere do Tanganica?

01:31

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema