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Tarda o reconhecimento dos rebeldes da Líbia pela Guiné-Bissau

7 de setembro de 2011

A Líbia tem sido um dos principais parceiros da Guiné-Bissau, com apoios que vão da ajuda orçamental a equipamentos, alimentação e formação. Bissau hesita, pois, em aceitar o fim do regime de Muammar Kadhafi.

A Líbia de Muammar Kadhafi foi um dos apoiantes mais importantes da Guiné-Bissau
A Líbia de Muammar Kadhafi foi um dos apoiantes mais importantes da Guiné-BissauFoto: picture-alliance/ dpa

No dia 29 de agosto foi hasteada, na embaixada da Líbia na Guiné-Bissau, a bandeira do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio. O estandarte indicava o reconhecimento do movimento rebelde como legítima autoridade do país por parte dos seus representantes no estrangeiro. Mas na segunda-feira, 5 de setembro, a embaixada retirou a bandeira do CNT por indicação do Governo de Bissau. Agora, a representação diplomática no país está sem qualquer bandeira.

Governo de Bissau apela para o diálogo

Até agora, nem o Governo nem a Presidência da República da Guiné-Bissau reconheceram o Conselho Nacional de Transição (CNT) como representante legal da Líbia. A atitude do Governo guineense é indicativa da aprovação da decisão da União Africana (UA).

Um número elevado de países já reconheceu o Conselho Nacional de Transição, liderado por Mustafa Abdul Djalil, como representante legítimo do povo líbioFoto: picture-alliance/dpa

O Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, pediu o diálogo entre as partes em conflito na Líbia conforme preconizado pelo roteiro do Grupo de Contacto Africano. O Governo de Carlos Gomes Júnior apela para a resolução pacífica de conflitos, não ingerência nos assuntos internos e respeito da soberania e integridade do Estado.

Investigador defende posição do Governo


O reitor da universidade Colinas de Boé, Fafali Koudawo, investigador de origem togolesa, respondeu à pergunta da Deutsche Welle sobre a posição que a Guiné-Bissau e o seu Presidente deviam tomar face à Líbia, que um país deve sempre posicionar-se de maneira construtiva para os seus interesses. Koudawo entende que o Governo queira esperar até que a situação na Líbia seja mais clara: “Penso ser da plena soberania da Guiné-Bissau tomar a decisão que achar oportuna nesse momento”.

O investigador salienta que a Guiné-Bissau “pouco representa neste jogo político”, mas que, se as relações com a Líbia mudarem para o resto do continente, também mudarão para Bissau. Contudo, Koudawo acrescenta: “Os membros do CNT não entenderam a importância do continente africano. Eles preferem dar importância à OTAN, à França e a outros aliados que lhes dão apoio financeiro direto e reconhecimento internacional”.

O Governo de Bissau hesita em admitir que a revolta líbia contra Kadhafi venceuFoto: dapd

Autor: Braima Darame (Bissau)

Edição: Cristina Krippahl/ Marta Barroso

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