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PolíticaTurquia

"Tchau, tchau, Kemal": Erdogan declara vitória nas eleições

AP | AFP | Lusa
28 de maio de 2023

O atual presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou vitória na segunda volta das eleições. Resultados preliminares indicam que Erdogan recebeu 52,1% dos votos contra 47,9% do opositor Kemal Kiliçdaroglu.

Foto: Murad Sezer/REUTERS

Resultados preliminares, com 98% das mesas de voto apuradas, indicam que o atual presidente Recep Tayyip Erdogan ficou à frente na segunda volta das eleições presidenciais turcas este domingo (28.05).

Segundo a agência de notícias estatal, Erdogan vence as eleições com 52,1% dos votos contra 47,9% do adversário, Kemal Kiliçdaroglu. No entanto, a agência de notícias ANKA, próxima à oposição, fala em 51,9% (Erdogan) e 48,1% (Kiliçdaroglu).

Em Istambul, os apoiadores de Erdogan começaram a comemorar antes mesmo da chegada dos resultados finais, agitando bandeiras turcas ou do partido governante e buzinando pelas ruas do país.

"O único vencedor hoje é a Turquia"

Após o fecho das urnas, Erdogan agradeceu aos apoiantes "pela confiança".

"Agradeço a cada membro de nossa nação por confiar a mim a responsabilidade de governar este país, mais uma vez, para os próximos cinco anos", disse.

Nas suas primeiras palavras após o resultados, Erdogan "ridicularizou" o principal adversário nas eleições, Kemal Kiliçdaroglu, pela derrota, dizendo "tchau, tchau, Kemal", enquanto os apoiantes o vaiavam.

O chefe de Estado garantiu que vai cumprir "todas as promessas feitas ao povo" Foto: Jeff J Mitchell/Getty Images

Perante os apoiantes, o chefe de Estado, que está há 20 anos no poder, garantiu que vai cumprir "todas as promessas feitas ao povo" e salientou que cada eleição é "um renascimento".

"O único vencedor hoje é a Turquia", acrescentou.

Forte coligação na oposição não foi suficiente

Com a vitória, Recep Tayyip Erdogan consolidou-se como a figura mais importante da história moderna da Turquia, estendendo a sua liderança, de duas décadas, até 2028.

Uma coligação na oposição, sem precedentes, galvanizada por forte crise económica e pela fúria causada por um calamitoso terremoto em fevereiro, representou o mais difícil desafio eleitoral nacional para o conservador de raízes islâmicas.

Mas enquanto as pesquisas mostravam que estaria mais perto da derrota do que nunca, Erdogan superou as probabilidades mais uma vez e esteve perto de vencer na primeira volta.

Derrotou o rival, Kemal Kiliçdaroglu, por apelas quatro pontos percentuais, mas o suficiente para terminar a sua carreira política invicto nas sondagens nacionais.

Reafirmada a sua aura de invencibilidade, ninguém pode negar que o líder mais antigo da Turquia é o mais importante do país desde Mustafa Kemal Ataturk, o venerado fundador da república pós-otomana.

Os apoiantes elogiam Erdogan por ter posto termo às restrições religiosas no Estado oficialmente secular mas maioritariamente muçulmano, por ter supervisionado ambiciosos projetos de infraestruturas e por ter transformado a Turquia numa força geopolítica.

Já os opositores acusam-no de ter enveredado por um autoritarismo que faz lembrar os sultões otomanos, abalando as bases democráticas da Turquia e empobrecendo milhões de pessoas devido a "crenças erradas" que contradizem a economia convencional.

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