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DesastresMoçambique

Tempestade Freddy ainda ameaça Moçambique

Arcénio Sebastião | Lusa
7 de março de 2023

Na província de Sofala, uma das mais atingidas pela tempestade tropical, mantém-se o estado de alerta: o temporal poderá regressar esta semana, ainda mais forte. Mais de 25 mil pessoas foram afetadas pelo mau tempo.

Satellitenbilder zeigen Zyklon Freddy im Anflug auf Madagaskar
Foto: NASA VIA REUTERS

Em Moçambique, a província de Sofala continua sob risco de inundações com a contínua queda regular de chuvas, que já dura há mais de duas semanas. As autoridades mantêm o alerta vermelho e apelam à população que abandone as zonas propensas a inundações.

Os cidadãos continuam a lidar com as consequências da última intempérie, no final de fevereiro, mas há outra que poderá estar a caminho devido à reativação da tempestade tropical Freddy.

Pedro João, do Instituto Nacional de Meteorologia, aventa a hipótese de o fenómeno voltar com maior intensidade. "Vai evoluir para o estágio de ciclone tropical, com ventos máximos de 150 a 200 km/h", afirma. "Ainda é prematuro dizer mais ou menos onde vai entrar, mas as projeções indicam que poderá entrar pela província da Zambézia e província de Sofala".

Rasto de destruição

Na província de Sofala, a destruição causada pela tempestade Freddy, no final de fevereiro, ainda é visível: seis estradas terciárias estão com circulação condicionada, uma foi completamente interrompida. 26 postes de cabos elétricos tombaram, tendo deixado às escuras milhares de cidadãos, e falta água potável.

As inundações contaminaram as várias fontes rudimentares de abastecimento de água numa província onde já havia registo de casos de cólera. Por isso, as autoridades reforçaram a quantidade de químicos usados para purificar a água e abastecem temporariamente os vários centros de acomodação.

A tempestade causou enormes estragos também em InhambaneFoto: Luciano da Conceição/DW

Mesmo assim, este é um problema que continua a preocupar bastante as organizações não-governamentais parceiras do Governo moçambicano, que estão mobilizar meios para prover água potável aos necessitados, como disse esta segunda-feira (06.03) Deise Mahota, que representa um consórcio de organizações internacionais de ajuda humanitária: "Temos alguns materiais que ainda estão no pipeline e ainda não chegaram. Sabemos que são necessários, com muita da certeza neste momento".

As organizações não-governamentais têm ajudado na preparação de um kit de retorno para usar durante 72 horas. A preocupação, no entanto, continua face à reaproximação da tempestade Freddy, que, depois de atingir o Canal de Moçambique nesta segunda-feira, deverá reentrar na costa moçambicana, na quarta-feira.

Este é já um dos ciclones mais duradouros e de maior duração nas últimas décadas, atravessando praticamente todo o oceano Índico desde a costa da Indonésia até à África Austral. 

Dez mortos em Moçambique e 11 em Madagáscar

A tempestade tropical Freddy causou pelo menos dez mortos em Moçambique e 11 em Madagáscar, de acordo com um balanço divulgado esta terça-feira (07.03) pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA). 

No regresso a Madagáscar no domingo, a tempestade fez mais quatro mortos, e atingiu a costa sudoeste da ilha, onde causou fortes chuvas e inundou ou destruiu mais de 3.300 casas nos distritos de Morombe e Toliara.

A 24 de fevereiro, atingiu Moçambique, onde dez pessoas morreram, de acordo com os últimos dados da ONU. O anterior balanço apontava para sete mortos em Moçambique. 

O ciclone atingiu pela primeira vez a costa de Madagáscar a 21 de fevereiro, onde foram afetadas cerca de 226.000 pessoas, das quais 148.000 necessitam de ajuda humanitária, de acordo com a ONU. 

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