Alemanha anuncia retirada parcial de tropas do Iraque
Lusa
7 de janeiro de 2020
As forças armadas alemãs anunciaram hoje a retirada de parte dos soldados atualmente estacionados no Iraque em missões de formação e a transferência para a Jordânia e para o Koweit, devido a tensões na região.
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O contingente alemão baseado em Bagdade e em Taji, a norte da capital iraquiana, com cerca de 30 pessoas, vai ser "provisoriamente reduzido" e os soldados vão ser transferidos para o vizinho Koweit e para a Jordânia, disse um porta-voz do Ministério da Defesa alemão.
Esta deslocação de tropas vai "começar em breve", disse o porta-voz, sem adiantar uma data ou o número exato de soldados envolvidos. Além dos militares baseados em e nas proximidades da capital do Iraque, a Alemanha conta ainda tropas no Curdistão iraquiano, também em missões de treino das forças de segurança locais.
No total, Berlim conta atualmente cerca de 120 militares no país, no âmbito da coligação internacional contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
O anúncio da retirada parcial do Iraque foi já comunicada pelo Ministério da Defesa alemão ao parlamento, que autoriza todas as missões das forças armadas alemãs no estrangeiro.
"Uma reflexão que todos deviam fazer"
Na segunda-feira (06.01) à noite, numa entrevista à rádio pública, a chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, reconheceu que a retirada das tropas ocidentais do Iraque era "uma reflexão que todos deviam fazer" dado o atual contexto.
"Nenhum país-membro da coligação anti-EI quer ficar no Iraque se não for aceite", acrescentou, numa referência à votação no domingo pelo parlamento iraquiano de uma moção que pede a saída da coligação internacional do país.
"O parlamento adotou esta resolução, e cabe agora ao Governo decidir e é por isso que estamos atualmente a dialogar com ele", sublinhou o ministro alemão.
A votação do parlamento iraquino surgiu na sequência da morte de Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
A bordo de um navio militar alemão no Mediterrâneo
O "Frankfurt am Main" navega nas águas do Mar Mediterrâneo desde janeiro. Auxilia no resgate de refugiados a caminho da Europa e serve de apoio a outros navios. A DW África viajou na embarcação.
Foto: DW/D. Pelz
Missão delicada
O maior navio da Marinha alemã, o "Frankfurt am Main", prepara-se para levantar âncora. Os militares têm em mãos uma missão delicada no Mar Mediterrâneo, no âmbito da operação naval europeia "Sofia": travar a migração ilegal para a Europa, apanhar os "passadores" e resgatar os refugiados que naufragam.
Foto: DW/D. Pelz
Visão periférica
O navio funciona 24 sobre 24 horas. Os militares revezam-se nos turnos. Na ponte de comando, monitorizam o mar envolvente com a ajuda do radar. Os objetos que aparecem no monitor não são só embarcações de refugiados. Há muitos navios comerciais e de cruzeiro que navegam no Mediterrâneo. O "Frankfurt am Main" cruza-se também frequentemente com outras embarcações da operação "Sofia".
Foto: DW/D. Pelz
Saúde a bordo
O mar está demasiado agitado - os refugiados não se costumam fazer ao Mediterrâneo com este tempo. A tripulação dedica-se, por isso, a outras tarefas. A paramédica Shanice S. conduz um teste auditivo de rotina a um soldado. Os tripulantes fazem exames médicos regularmente. É possível inclusive realizar operações no hospital de bordo. Também há um dentista no navio.
Foto: DW/D. Pelz
Médicos, padeiros e padre a bordo…
Andreas Schmekel (à dir.) comanda mais de 200 pessoas no navio. A bordo seguem marinheiros, médicos, cozinheiros, padeiros e um padre. A maioria dos tripulantes passa vários meses no navio.
Foto: DW/D. Pelz
Sempre alerta
Os tripulantes têm de estar preparados para resgatar refugiados que entrem em apuros. Por isso, o técnico Jan S. testa as lâmpadas num dos contentores na proa. É para aqui que os refugiados são levados inicialmente. É aqui que são revistados pelos militares e que se avalia o seu estado de saúde. Quando centenas de refugiados sobem a bordo ao mesmo tempo, o processo pode demorar um dia inteiro.
Foto: DW/D. Pelz
Dia-a-dia dos militares
Se não há náufragos a bordo, os militares continuam os seus treinos regulares, incluindo de tiro, mesmo que a missão no Mediterrâneo não preveja o uso de armas de fogo. Também são testados o combate a incêndios ou a prontidão da resposta face a possíveis vazamentos no navio. Em caso de emergência, cada decisão e gesto é crucial.
Foto: DW/D. Pelz
Tudo em ordem e pratos limpos
Além dos turnos de vigia e dos treinos também é preciso limpar o navio e preparar a comida. Todos os dias, durante uma hora, os militares limpam todos os quatro cantos do navio - desde a bússola aos corrimões. Sobra pouco tempo livre.
Foto: DW/D. Pelz
Visita de vizinhos
Os vizinhos também fazem visitas no Mar Mediterrâneo. A fragata alemã "Karlsruhe" e o porta-aviões italiano "Cavour" realizam um exercício em conjunto com o navio "Frankfurt am Main". É preciso concentração máxima ao leme. Esta é uma manobra difícil.
Foto: DW/D. Pelz
Um armazém flutuante
O "Frankfurt am Main" costuma servir de apoio a embarcações mais pequenas, fornecendo combustível e água. Feridos podem ser tratados no hospital de bordo. Agora, uma parte do navio é utilizada para acolher refugiados que naufragam e que são, depois, transportados para o porto mais próximo ou transferidos para outro navio.
Foto: DW/D. Pelz
Posto de gasolina em alto mar
A fragata espanhola "Numancia" abastece no "Frankfurt am Main". É uma manobra complicada pois as embarcações navegam a uma velocidade de 20 km/h. Os navios têm de se manter à mesma distância durante a operação. Abastecer em alto mar chega a durar mais de uma hora.
Foto: DW/D. Pelz
Saudades
Este placard serve de motivação aos marinheiros, indicando os dias que faltam para o regresso a casa. Em alto mar os telemóveis não têm rede. Mas, a cada duas semanas, o navio atraca num porto do Mediterrâneo – é uma oportunidade para reabastecer a embarcação e dar aos militares a oportunidade de se recuperarem da vida a bordo.