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Teodoro Obiang é presidente da UA

2 de fevereiro de 2011

A nomeação de Teodoro Obiang como novo presidente da União Africana está a gerar controvérsia. Obiang, há mais de trinta anos no poder na Guiné Equatorial, dirige o país com mãos de ferro.

Teodoro Obiang Nguema é o presidente da Guiné Equatorial, o terceiro produtor de petróleo em ÁfricaFoto: picture-alliance/ dpa / dpaweb

O chefe de Estado da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, é criticado por muitos políticos e nomeadamente por organizações internacionais dos direitos humanos que o acusam de violar sistemáticamente os direitos dos cidadãos no seu país. Em relatório publicado, a Humans Rights Watch, HRW, disse recentemente que a corrupção, a pobreza e a repressão, continuam a minar o país. Lê-se ainda que as receitas provenientes do petróleo são utilizadas para financiar uma elite restrita e próxima do presidente, enquanto a maioria da população vive em situação de pobreza extrema. De acordo com Paulo Gorjão, do Instituto Português para as Relações Internacionais e Segurança -IPRIS- esta nomeação é pouco recomendável para África : "Sem duvida que não é um dos chefes de Estado africano recomendável para representar a União Africana... infelizmente as regras da União permitem que assim seja. Portanto, não temos um bom cartão de visita para África".

O especialista acrescenta ainda que a nomeação de Teodoro Obiang, representa mesmo um retrocesso para a União Africana. Paulo Gorjão acrescenta que a União Africana está a fazer um esforço no sentido de se afirmar enquanto centro de decisão sob o ponto de vista institucional, e isto marca claramente um retrocesso, admitindo mesmo que possa haver alguma reticência por parte da comunidade internacional quanto ao lançamento de algumas iniciativas que envolvam a União Africana.

Na imagem, uma rua de Malabo, a capital da Guiné Equatorial. Uma das grandes críticas feitas a Obiang é a violação dos direitos humanos no paísFoto: Renate Krieger

Direitos humanos é o calcanhar de Aquiles de Obiang

Depois de, em 2009, ter sido reeleito na presidência da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, tentou melhorar a imagem internacional, anunciando reformas ao nível dos direitos humanos. No entanto, não tem sido poupado pelas organizações de direitos humanos. E agora, enquanto novo líder da organização panafricana, Paulo Gorjão prevê que a escalada de criticas contra Obiang, continue. Segundo ele, os direitos humanos não serão tema de primeira linha na agenda da União Africana e provavelmente continuará a haver um reforço nas críticas, quer seja da Amnistia Internacional, quer seja da HRW ou de outras ONGs a esta liderança e a este seu novo líder em particular.

O novo Presidente da União Africana, que substituiu o presidente do Malawi, enfrentará uma série de desafios. Desde logo, a resolução da crise política na Costa do Marfim. Recorde-se que na segunda feira, a cimeira da União Africana nomeou um painel de cinco chefes de Estado para trabalharem em conjunto em prol de uma solução. E, nesta matéria, Paulo Gorjão, do Instituto Português de Relações Internacionais e Segurança, não acredita que a nova presidência da União Africana traga alguma mais valia. Gorjão acrescenta que "a União africana nomeou um painel representativo de regiões africanas numa tentativa final de resolver esta questão que supostamente terá poderes vinculativos mas com essas regras atuais não acredito que esta nova liderança acrescente valor às anteriores iniciativas ."

Autor: Glória de Sousa
Revisão: Nádia Issufo/António Rocha

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