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Terceira fase de protestos conta com apoio da oposição

Conceição Matende
30 de outubro de 2024

Porta-voz do PODEMOS diz que "união faz a força" e garante que protestos da próxima semana serão "pacíficos". Segundo ele, Venâncio Mondlane está a ser muito pressionado "para avançar para ações mais extremas".

Protestos contra resultados eleitorais em Maputo, outubro de 2024
PODEMOS diz que próxima fase de protestos conta com "outros partidos da oposição” moçambicanaFoto: Silaide Mutemba/DW

O partido PODEMOS diz que não vai sozinho para a terceira fase de protestos contra os resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, convocada, esta terça-feira, pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Em entrevista à DW, Pires Eugénio, porta-voz do PODEMOS, reforça que os protestos, que visam "exigir a verdade eleitoral", serão "pacíficos" e contarão com "outros partidos da oposição" moçambicana.

As marchas que arrancam esta quinta-feira e que culminarão numa grande manifestação em Maputo, a 7 de novembro, acontecem já depois do partido ter submetido recurso ao Conselho Constitucional com editais e atas originais da votação.

DW África: Como estão a ser idealizados os protestos da próxima semana e que foram anunciados, esta terça-feira, por Venâncio Mondlane?

Pires Eugénio (PE): Vão ser na mesma senda, uma manifestação pacífica com outros modos atuantes, como uma forma de pressionar para que a verdade eleitoral seja reposta. O objetivo é exigir a verdade eleitoral. Estamos a ver como é que podemos fazer uma manifestação em colaboração com as autoridades, de modo a que não haja tumultos, perda de vidas, como aconteceu um pouco por todo o país. Isso não abona [a favor], nem do partido, nem do país.

DW África: Acha que será possível?

PE: É o que nós queremos. A própria polícia tem pessoas infiltradas nas manifestações para provocar tumultos, que é para depois dar razão à sua atuação.

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DW África: O PODEMOS uniu-se a outros partidos da oposição para esta terceira etapa da manifestação?

PE: Outros partidos da oposição juntaram-se porque, felizmente, o mundo compreendeu que esta causa já não se trata apenas de Venâncio Mondlane. Ele tem sido muito ponderado, apesar de ser explosivo quando aparece nas lives [do Facebook]. Venâncio Mondlane tem estado a receber pressão por tudo o que é canto neste país para avançar para ações mais extremas.

DW África: E o que se pode esperar dessa união?

PE: Como o provérbio diz, "a união faz a força". Esperamos que alguma coisa possa mudar. O que está em causa é a verdade eleitoral. A FRELIMO tem que aprender a viver em modos democráticos.

DW África: Está em circulação uma nota que dá conta que há suspeitas que o Conselho Constitucional possa eliminar as provas dos editais. É verdade?

PE: Essa informação não vem do partido PODEMOS. Tomamos conhecimento dela da mesma forma que vocês tomaram. Mas fazendo juízo do Conselho Constitucional que temos, não podemos descartá-la.

DW África: Caso isso aconteça, o PODEMOS tem alguma cópia dos documentos entregues ao Conselho Constitucional?

PE: Claro. Nós quando fazemos as coisas, pegamos no passado para perspetivar o futuro.

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DW África: A mesma nota dá conta que Venâncio Mondlane foi convidado para dialogar com o Presidente da República

PE: Até então, pode ser considerado fake news, mas está a circular nas redes sociais. E várias informações que circulam nas redes sociais não são produzidas à toa. Saem do seio da FRELIMO, porque, como disse, esta causa não é de Venâncio Mondlane, é uma causa do povo moçambicano. Daí que muitos planos que a FRELIMO faz, cheguem a nós antes de serem executados.

DW África: O que é que o povo moçambicano pode esperar da união do PODEMOS com os outros partidos da oposição para esta manifestação?

PE: É uma mais valia para ver se a verdade eleitoral aparece através desta pressão.

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