Termina conferência da Convenção da ONU de Combate à Desertificação
19 de abril de 2013 Analisar relatórios nacionais, avaliar as dificuldades inerentes e prespetivar um plano de futuro mais sustentável foram os principais tópicos de debate na conferência da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação. Durante duas semanas, discutiu-se em Bona, Alemanha, a capacidade de aplicação da ciência e da tecnlogia, do tradicional e do moderno, na construção de uma sociedade mais sustentável e ambientalista em todo o mundo.
Este também foi um debate sobre o combate à pobreza, à migração, à qualidade alimentar e à preservação dos recursos naturais. Sendo a região que mais sofre com desertificação, seca e degradação dos solos, África foi o continente de maior atenção ao longo dos últimos dias.
Perceber como os países têm progredido e aplicado os princípios da Convenção nos territórios nacionais foi a base do debate e para João da Costa Vintém, do Ministério do Ambiente de Angola, o caminho a percorrer ainda é longo. “O nível de aplicação”, diz, “ainda é muito baixo” e os problemas enfrentados pelas partes signatárias, que têm um programa de ação nacional, permanecem, segundo Vintém, inalterados: “falta de recursos financeiros, técnicos, científicos e tecnológicos para implementar aquilo que são as prioridades do seu programa de ação nacional”.
Ao fim de duas semanas de negociações entre representantes de governos, sociedade civil e ciência de 195 países, foram apresentados esta sexta-feira (19.04.) os principais resultados da conferência. Heliodoro Pires Quaresma, Director dos Serviços Geográficos e Cadastrais de São Tomé e Príncipe, revela que “África tem dificuldades em financiar os projetos para ajudar a combater a desertificação”. Segundo o representante sãotomense, “houve melhorias no sentido de conseguir mobilizar recursos tanto internos como externos para conseguirmos realmente implementar a Convenção”.
Já Domingos Barros, do Ministério do Ambiente Rural de Cabo Verde, fala das consequências sociais que a falta de sustentabilidade ambiental está a gerar há muito tempo no país. Cabo Verde, diz, é um dos países mais atingidos pela desertificação: a emigração caboverdiana é, para Barros, fruto da seca que “deixou marcas incríveis" nas ilhas.
No próximo mês de setembro, o Comité da Ciência e da Tecnologia das Nações Unidas irá anunciar oficialmente os resultados da conferência de Bona.