Autoridades reforçam buscas após naufrágio em Tete
Lusa
21 de janeiro de 2022
As autoridades moçambicanas reforçaram as buscas no rio Zambeze após o desaparecimento de seis pessoas num naufrágio ocorrido na segunda-feira na província de Tete. Residentes lançaram movimento de solidariedade.
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Técnicos da administração marítima e do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) juntaram-se agora às equipas, além de pescadores artesanais, explicou Moisés Meque, delegado da proteção civil citado hoje pela Rádio Moçambique.
As buscas foram alargadas na quinta-feira (20.01) a outras zonas dos distritos de Mutarara (província de Tete) e Chemba (província de Sofala), mas estão a ser dificultadas pela forte corrente, referiu.
Entretanto, no posto administrativo de Chueza, os residentes lançaram um movimento de solidariedade para com as famílias dos desaparecidos.
Travessia difícil
O acidente aconteceu quando as vítimas faziam a travessia do rio na região de Doa, usando um barco que consistia num tronco escavado que se suspeita ter sido lançado à água com excesso de peso.
Dadas as condições em que seguia, o barco não conseguiu enfrentar chuva e vento forte, juntamente com a subida do caudal do rio. Além das seis pessoas desaparecidas, outras duas foram resgatadas.
O INGD apela à população ribeirinha do Zambeze para não desafiar as correntes dos rios durante os períodos de chuva intensa. O aumento de caudal acontece sazonalmente durante a época das chuvas, entre outubro e abril.
De acordo com o mais recente balanço do INGD, pelo menos 14 pessoas morreram e outras 53.269 foram afetadas por desastres naturais em Moçambique durante a presente época.
Estragos causados pelas fortes chuvas em Maputo
As chuvas que caíram ao longo da semana passada criaram enchentes nos arredores da capital, alagaram residências e impediram a transitabilidade. Sempre que chove, os moradores têm de se reinventar.
Foto: Romeu da Silva/DW
Residências debaixo de água
As chuvas que caíram ao longo da semana passada criaram enchentes nos arredores da capital moçambicana, alagaram residências e impediram a transitabilidade nas vias. Sempre que chove, os moradores têm de se reinventar enquanto as promessas de melhorias de saneamento não saem das gavetas. As famílias que viram as suas casas serem tomadas pela água das chuvas aguardam a melhoria das condições.
Foto: Romeu da Silva/DW
Formação de "lagoas"
Esta "lagoa" no bairro Costa do Sol foi aumentada pelas últimas chuvas. Antes, como contam os moradores, era possível atravessar a área sem qualquer problemas. No entanto, as chuvas da semana passada criaram cenários em que, para chegar ao outro lado, é preciso dar uma volta de cerca de 30 a 40 minutos.
Foto: Romeu da Silva/DW
Bairro da Liberdade é o mais afetado
Na cidade da Matola, o bairro mais afetado pelas chuvas é o da Liberdade, nos arredores da capital industrial. Os moradores dizem que esta rua aos poucos foi desaparecendo, porque em certas ocasiões "parece um rio", impedindo a passagem de pessoas e viaturas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Grandes áreas alagadas
Os bairros suburbanos são os mais afetados pelas intensas chuvas que caem desde outubro passado. Esta imagem mostra uma imensa área alagada pelas últimas chuvas. Além de dificultar a circulação de pessoas, oferece risco de acidente a quem tentar caminhar pela área sem saber o que se encontra sob a água.
Foto: Romeu da Silva/DW
Risco para as crianças
Algumas crianças frequentemente encontravam neste espaço uma "piscina". Os moradores contam que algumas crianças podiam ter morrido, não fosse a pronta intervenção para as socorrer. É uma baixa do bairro Ferroviário mais a norte da capital Maputo. Quando chove, toda a água se deposita nesta área. A água baixou, mas uma grande poça de água ainda permanece.
Foto: Romeu da Silva/DW
Vias alagadas
As vias de acesso são outro crónico problema nos arredores de Maputo. Quando chove, os residentes do bairro Ferroviário têm de dar uma volta de cerca de 30 minutos para encontrar uma rua pavimentada. Em condições normais, levam apenas cinco minutos.
Foto: Romeu da Silva/DW
Moradores tentam impedir crateras
Os residentes do bairro da Polana Caniço, que faz fronteira com a cidade cimento, colocaram vários objetos para impedir que as águas das chuvas criem crateras. As correntes de água conseguiram remover a areia, deixando exposto o material plástico que as comunidades colocaram para tentar impedir a formação de crateras.
Foto: Romeu da Silva/DW
Mobilidade difícil
O Município de Maputo fez várias promessas para a requalificação de alguns bairros. É o caso deste, Maxaquene, mais a sul da fronteira com a cidade de cimento. De promessa a promessa os moradores vão arranjando as suas soluções. Muitas vezes as fortes quedas de água deixam pessoas desalojadas e já houve situações em que o fornecimento de água foi interrompido.
Foto: Romeu da Silva/DW
Mais crateras
No bairro de Hulene, também nos subúrbios de Maputo, as últimas chuvas criaram esta cratera mesmo depois da colocação de barreias para impedir o desabamento de casas. As comunidades relatam que esta rua estava transitável há bem pouco tempo. A criação de crateras é um problema frequente nos bairros que são afetados pelas chuvas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Casas são abandonadas
O Município da Matola já fez diversas promessas de criar condições de saneamento para evitar as crónicas enchentes no bairro da Liberdade. Desde o ano 2000 que o bairro não escapa à fúria das águas e até este momento a administração municipal não resolveu o problema. Muitos moradores optaram por abandonar as suas casas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Chuvas intensas
Quando chove, os moradores de Maputo e arredores perdem o sono. Sabem que, dependendo da intensidade da chuva, os estragos são garantidos. Sonham com o dia em que haverá um sistema de escoamento adequado e não terão de temer quando a chuva cair.