Adama Barrow foi eleito para formar um governo de transição que duraria três anos. O Presidente da Gâmbia recusa demitir-se e quer cumprir um mandato de cinco anos, previsto na Constituição.
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Mais de dez mil manifestantes em Banjul pediram a renúncia do Presidente da Gâmbia, Adama Barrow, na segunda-feira (16.12).
O movimento "Três anos são o suficiente" exige que o chefe de Estado honre um acordo firmando por uma coligação de partidos, no qual ele renunciaria ao cargo e convocaria novas eleições após três anos de mandato.
O chefe de Estado gambiano tem declarado, no entanto, que permanecerá na Presidência até 2022, completando cinco anos de mandato, conforme prevê a Constituição da Gâmbia.
Adama Barrow venceu as eleições presidenciais em dezembro de 2016 e assumiu o cargo no dia 19 de janeiro de 2017. Derrotou Yahya Jammeh, que tomou o poder após um golpe de Estado em 1994.
Mensagens ao Presidente
Durante a marcha na capital Banjul, manifestantes pediam que o presidente fosse honesto e se tornasse um político exemplar para o país. "Ele prometeu-nos um mandato de três anos. Que cumpre com suas promessas para o futuro do país e para o bem do povo gambiano", disse Kitim Jarju, um dos integrantes do movimento "Três anos são o suficiente".
Gambianos exigem a demissão do Presidente
O movimento enviou um memorando a Barrow, recordando-lhe a sua promessa, e deu um prazo ao chefe de Estado para renunciar ao cargo até 19 de janeiro de 2020.
"Nós, gambianos, votamos nele para cumprir três anos de mandato e não podemos aceitar que fique mais tempo no poder", disse Sheriif Ceesay um dos organizadores do protesto.
Em setembro, alguns partidos da coalizão aceitaram apoiar a iniciativa de Barrow de continuar por cinco anos. Dois partidos, porém, recuaram, incluindo o Partido Democrático Unido, o maior da Gâmbia.
O movimento "Três anos são o suficiente" foi fundado por Musa Kaira, um empresário que vive nos Estados Unidos. Se até 19 de janeiro Barrow não se demitir, o movimento promete convocar mais manifestações até que ele cumpra a promessa.
Desejo de mudança na Gâmbia
A Gâmbia festejou a tomada de posse do novo Presidente, Adama Barrow, após 22 anos de ditadura. As expetativas em relação a Barrow são altas; os desafios que o aguardam são muitos.
Foto: DW/V. Haiges
Uma nova era
Adama Barrow venceu as primeiras eleições democráticas na Gâmbia em décadas. No sábado, foi empossado como Presidente pela segunda vez, depois de tomar posse provisoriamente na embaixada da Gâmbia no Senegal pois o seu antecessor, Yahya Jammeh, se recusava a sair do poder.
Foto: DW/V. Haiges
Vizinhos atentos
Milhares de pessoas foram até ao Estádio da Independência para celebrar a tomada de posse de Barrow, sob o olhar atento de soldados da CEDEAO.
Foto: DW/V. Haiges
Quase a qualquer custo
Muitas pessoas já estavam às quatro da manhã no estádio para reservar lugar. Outras chegaram tarde e tentaram subir a vedação para ver a cerimónia.
Foto: DW/V. Haiges
Está na hora
Adama Barrow apontou várias vezes para o relógio ao entrar no estádio. A multidão reagiu em júbilo. Para a maior parte das pessoas na Gâmbia, este é um novo capítulo da história da Gâmbia.
Foto: DW/V. Haiges
#GambiaHasDecided
Preparativos na maior cidade da Gâmbia, Serekunda: O slogan #GambiaHasDecided – a Gâmbia decidiu – expressava a vontade de mudança de muitos gambianos ao nível político e económico. O slogan até chegou às t-shirts.
Foto: DW/V. Haiges
Esperança na recuperação económica
O mercado de Serekunda é um dos maiores entrepostos comerciais do país. As maiores fontes de receitas do país são a exportação de amendoins e o turismo. A Gâmbia é um dos países mais pobres do mundo. A insegurança no país após as eleições de 1 de dezembro de 2016 afugentou muitos turistas e isso fez com que a situação económica se deteriorasse ainda mais.
Foto: DW/V. Haiges
Coabitação pacífica
No país maioritariamente muçulmano vive uma grande minoria cristã. A Gâmbia é conhecida por coabitarem pacificamente, no seu território, várias religiões e culturas. Mas, nos últimos anos, as autoridades enfatizaram as diferenças entre os diferentes grupos étnicos, provocando tensões. Muitas minorias olham agora com expetativa para Adama Barrow.
Foto: DW/V. Haiges
Expetativas elevadas
Muitos gambianos olham para o futuro com esperança, mesmo sabendo que o país enfrenta bastantes problemas: a economia está de rastos, os cofres estão vazios, há cortes de energia frequentes. Adama Barrow fez muitas promessas aos gambianos e, agora, eles esperam que o novo Presidente implemente as reformas que prometeu.