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Moçambique: Três pessoas baleadas em mina de rubis

Lusa
9 de dezembro de 2023

22 garimpeiros ilegais invadiram a área de concessão da Montepuez Rubi Mining (MRM), que explora rubis no norte de Moçambique. Três ficaram feridos após serem baleados em confrontos com a polícia.

Mosambik Illegale Edelstein-Minen
Foto: DW/E. Valoy

Um grupo de 22 garimpeiros ilegais invadiu a área de concessão da Montepuez Rubi Mining (MRM), que explora rubis no norte de Moçambique, três dos quais ficaram feridos após serem baleados em confrontos com a polícia, anunciou a mineradora.

"Os invasores avançaram contra a equipa de patrulha, sem se deixar intimidar pelo uso do gás lacrimogéneo, e tentavam arrancar as armas de fogo da polícia. Os agentes fizeram uso defensivo das armas de fogo e três mineiros ilegais foram feridos nas pernas", referiu a MRM, numa nota enviada à agência Lusa, este sábado (09.12).

O grupo foi apanhado em plena atividade de mineração ilegal na área da Montepuez Rubi Mining na tarde de quarta-feira, tendo sido acionada uma equipa para persuadir os mineradores ilegais a abandonar a área de forma pacifica, mas "os invasores assumiram um comportamento agressivo e atiraram pedras" em resposta.

Segundo a mineradora, a polícia "disparou vários tiros de advertência" para dispersar o grupo, mas um dos líderes ameaçou os que tentaram sair, ordenando que levassem consigo o minério recolhido e que nada ia lhes acontecer, relatou a empresa.

Os três feridos receberam assistência médica e não correm risco de vida, avançou a mineradora, acrescentando que o incidente foi informado às autoridades moçambicanas.

Foto de arquivo (2015): Garimpeiros ilegais nas minas de Namucho, em Namamhumbiri, MontepuezFoto: DW/E. Valoy

Mais de 100 garimpeiros tentam invadir mineradora

Na manhã do mesmo dia, oito agentes de segurança da MRM, entre os quais um membro da polícia moçambicana, ficaram feridos numa tentativa de invasão à mineradora por um grupo de mais de 100 garimpeiros ilegais.

Depois de uma tentativa falhada de diálogo com os invasores, um dos agentes da polícia fez um disparo de advertência e, na sequência, o grupo de mineradores ilegais usou picaretas, pás e catanas para atacar a equipa de proteção, na sua maioria desarmada, referiu a MRM numa outra nota.

"Oito membros da segurança foram feridos no incidente, incluindo um agente da polícia atingido gravemente e com várias sequelas", lê-se no documento da MRM, que refere que não tem conhecimento do ferimento de nenhum dos mineradores ilegais.

Buracos entre 2 e 12 metros de profundidade e 2 e 5 metros de largura, conhecidos como "corcundas" onde os mineiros ilegais procuram rubis e outras pedras preciosas.Foto: DW/E. Valoy

Humidade leva a aumento de atividade e riscos

De acordo com a exploradora de rubis, o número de atividade de mineração ilegal aumenta na atual época chuvosa devido à humidade, que torna o solo mais leve e fácil de escavar, além da existência de poças de água que facilitam a lavagem dos minérios.

A mineradora adverte que a humidade aumenta também o risco de deslizamento de terra e colapso de túneis, pedindo, por isso, que as pessoas não optem pela mineração ilegal.

A MRM possui cerca de 34 mil hectares de concessão para exploração de rubis em Cabo Delgado e apresenta-se como a principal investidora na extração de rubis em Moçambique, sendo detida em 75% pelo grupo Gemfields e em 25% pela moçambicana Mwiriti Limitada.

Desde janeiro de 2011, as vendas da Montepuez Ruby Mining representam 94% dos fluxos monetários do país relativos a esmeraldas, rubis e safiras, segundo a própria companhia.

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