Mais de 30 atletas de diferentes especialidades de atletismo participam na formação com o treinador Peter Müller. Objetivo é elevar a qualidade técnica dos atletas para competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
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Nos próximos dois meses, atletas e treinadores moçambicanos de diversas especialidades do atletismo serão capacitados pelo treinador alemão Peter Müller, que está em Moçambique a convite da Federação Moçambicana de Atletismo e do Comité Olímpico Nacional.
A missão do treinador alemão em Moçambique é clara: elevar a qualidade técnica dos moçambicanos para competir nos próximos Jogos Olímpicos, que se vão realizar em Tóquio, no Japão, em 2020. Peter Müller diz, no entanto, que que o trabalho é mais de observação do que de formação.
"Trago conhecimentos em matéria de prática e de saúde dos atletas. Espero ajudar a elevar a qualidade dos atletas em termos técnicos, sobretudo a partir da base", explica.
Participam nesta capacitação treinadores e atletas de diversos clubes da cidade de Maputo. O treinador Azarias Samuel sabe o que o atletismo moçambicano quer. "O que nós precisamos mais é de uma formação com uma qualidade desejável", sublinha.
"Estes cursos com o Governo alemão não têm equivalência na IAAF [Federação Internacional de Atletismo], mas há muita coisa que a gente aprende", completa o moçambicano.
Aperfeiçoamento
Os atletas também saúdam as novas técnicas em diversas especialidades no atletismo. A iniciativa de ter um treinador estrangeiro em Moçambique "veio para melhorar a dinâmca do nosso desporto, em particular o atletismo", refere Filipe Chaimite.
O Comité Olímpico Nacional ressalta que a parceria com o Governo alemão é de dois meses e o presidente deste órgão, Penalva César, traçou como objetivo desta parceria a abordagem dos diferentes especialidades do atletismo.
Treinador alemão prepara moçambicanos para sonho olímpico
Há muito que Moçambique não é visto ao nível mundial no atletismo, desde o sucesso da ex-atleta Lurdes Mutola, campeã olímpica e do mundo, na primeira década de 2000.
O presidente da Federação Moçambicana de Atletismo, Francisco Manhenche, quer prolongar este vinculo com o Governo alemão para recolocar Moçambique no pódio dos melhores atletas mundiais.
"Vai criar condições de o treinador elaborar um relatório para podermos ganhar a próxima formação para levar os atletas aos próximos Jogos Olímpicos de Tóquio", afirma Manheche.
Participam nesta capacitação com Peter Müller mais de 30 desportistas da modalidade de atletismo em diferentes espcialidades.
Moçambique: Ultrapassar preconceitos contra pessoas com deficiência fazendo desporto na praia
A equipa de voleibol sentado da AAIPD ruma, uma vez por mês, à Praia da Costa do Sol, em Moçambique, para um jogo ao ar livre. A equipa, que pretende superar preconceitos, conta já com 40 atletas. Número está a crescer.
Foto: Privat
Voleibol sentado de praia
A Associação Aeroclube para Inclusão de Pessoas com Deficiência (AAIPD), criada pelo empresário moçambicano Vaz de Sousa, tem vindo a desenvolver vários projetos na área da inclusão em Moçambique, nomeadamente através da prática de desporto. Recentemente, lançou a modalidade de voleibol sentado de praia.
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Equipa a crescer
A publicidade boca a boca fez com que depressa começassem a chegar atletas. Hoje a equipa é composta por cerca de 40 pessoas portadoras de deficiência, na sua maioria, com membros amputados ou paraplégicas, e com idades compreendidas entre os 27 e os 60 anos, um dado que "surpreendeu pela positiva" o mentor do projeto. O número de interessados tem vindo a crescer.
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Mulheres em maioria
Apesar da prática de desportos em equipa ser muitas vezes associada ao sexo masculino, na equipa de voleibol sentado de praia da AAIPD, a maioria dos jogadores são mulheres.
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Do salão para a praia
A equipa está sob a alçada de Luís, que nasceu em Espanha, mas conta já com nacionalidade moçambicana, e que se interessou pelo projeto. Foi também um dos responsáveis por levar a prática do desporto do salão para a praia.
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Regras semelhantes
Apesar de "específicas" para este desporto adaptado, as regras do voleibol sentado de praia não diferem muito das que conhecemos. O objetivo mantém-se: fazer passar a bola sobre a rede evitando que esta toque no solo. No voleibol sentado de praia, o campo e a altura da rede são menores do que no voleibol convencional.
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Comunidade Mahometana
Graças à ajuda da Comunidade Mahometana, a equipa de voleibol sentado da AAIPD pode, desde o início deste ano, uma vez por mês, rumar à Praia da Costa do Sol para uma partida ao ar livre. À DW África, Vaz de Sousa destaca a "alegria" com que os atletas "vão e voltam" deste dia passado na praia.
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Treinos semanais
Para além das idas à praia, a equipa reúne-se quatro vezes por semana para praticar o voleibol sentado de salão. Os treinos acontecem no campo da Comunidade Mahometana, localizado na baixa da cidade de Maputo.
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Competição
Um dos objetivos da AAIPD é conseguir chegar à competição. Mas, para isso, é necessário que integrem a equipa atletas mais jovens. Algo que não é fácil, explica Vaz de Sousa, pelo facto de, em Moçambique, as pessoas portadoras de deficiência ainda "terem vergonha" de se expor. Para além de outras dificuldades que existem ao nível da locomoção na cidade, por exemplo.
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Mais projetos
A AAIPD pretende juntar às modalidades já existentes - futsal para cegos, atletismo para cadeirantes e voleibol sentado - o futebol para pessoas amputadas. O lançamento de uma campanha para a inclusão de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho e a organização de um desfile de moda para mulheres com deficiência são outros projetos para o futuro.