Mali: Tribunal confirma reeleição de Ibrahim Boubacar Keïta
AFP | Reuters | tms | Mahamadou Kane
20 de agosto de 2018
O Tribunal Constitucional declarou a vitória do atual Presidente na segunda volta e rejeitou as acusações de fraude da oposição, mas o opositor Soumaïla Cissé diz esperar uma "mobilização social" contra os resultados.
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O Tribunal Constitucional do Mali confirmou esta segunda-feira (20.08) a reeleição do Presidente Ibrahim Boubacar Keïta, com 67,16% dos votos, na segunda volta realizada a 12 de agosto, rejeitando as acusações de fraude da oposição.
Entretanto, em entrevista exclusiva à DW África, em Bamako, o líder da oposição Soumaïla Cissé disse que continuará a denunciar a fraude eleitoral e que espera uma mobilização social no país contra o resultado da segunda volta das presidenciais.
"Quando vemos os jovens mobilizados fora do país de uma forma extraordinária, vemos como as pessoas se mobilizam em Bamako e no resto do país, nas diferentes regiões, é óbvio que existe um movimento popular por trás de tudo isso. Nada resiste ao povo e são as pessoas que estão sempre certas. O povo maliano sabe a verdade, mas o tempo da justiça é outro", afirmou o líder da oposição.
Resultado paralelo
No fim de semana, Soumaïla Cissé e as plataformas de aliança que o apoiam denunciaram o que chamam de "ditadura da fraude" arquitetada pelo Governo. Uma contagem de votos paralela foi realizada pela oposição e, segundo estes resultados, o líder opositor seria eleito Presidente com 51,75% dos votos.
"Tentamos justificar nossos números, apresentá-los ao público, à imprensa nacional e internacional para mostrar que numa assembleia de voto que abre por 10 horas, não podem votar 250 pessoas, quanto mais 700, 800 pessoas que vimos em algumas assembleias de voto", justificou Soumaïla Cissé, acrescentando que "qualquer número, qualquer número de eleitores, qualquer número de votos que exceda um certo limite, foi para encher as urnas".
Reforma eleitoral
O líder da oposição, que é ex-ministro das Finanças, afirmou que o Mali necessita de uma reforma eleitoral, para tornar o processo mais transparente e credível. De acordo com Cissé, é preciso "assegurar que aqueles que organizam as eleições sejam pessoas independentes, administrações independentes, porque no Mali, é o Ministério da Administração do Território que organiza o pleito".
Cissé apelou à comunidade internacional para agir contra a fraude eleitoral que, segundo ele, está em curso no país. Entretanto, antes mesmo do anúncio oficial desta segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, já havia saudado o seu homólogo Ibrahim Boubacar Keïta pela reeleição.
Tribunal confirma reeleição de Ibrahim Boubacar Keïta no Mali
A missão de observadores da União Europeia e outros grupos locais e internacionais disseram que, apesar de várias irregularidades e interrupções, não viram evidência de fraude no pleito ocorrido a 12 de agosto.
Desafios do novo Governo
O Presidente reeleito, aos 73 aos de idade, começará seu segundo mandato de cinco anos a 4 de setembro. A sua reeleição confirmou-se apesar das ferozes críticas aos fracassos em lidar com a violência jihadista e as tensões étnicas que abalaram o empobrecido Estado do Sahel.
Um dos desafios de Keïta, quando ele iniciar o novo mandato, será fortalecer um acordo de paz de 2015 entre o Governo, grupos aliados do Governo e ex-rebeldes.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.