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Troika da SADC defende prorrogação da missão em Cabo Delgado

Lusa
11 de janeiro de 2022

O presidente da "troika" de Cooperação nas Áreas de Política e Defesa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral defendeu hoje a prorrogação do mandato das forças que apoiam Moçambique no combate ao terrorismo.

Foto: Alfredo Zuniga/AFP/Getty Images

"Devemos todos estar cientes da necessidade de continuar a combater o terrorismo em Moçambique, um país irmão", declarou chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, presidente da 'troika' das áreas de Política e Defesa da SADC.

Ramaphosa falava durante a cimeira extraordinária que juntou Botsuana, Namíbia e África do Sul, países que integram a 'Troika' da SADC, e Moçambique, em Lilongwe, no Malawi, um encontro que debateu os progressos da missão da SADC envida a Moçambique para apoiar o país no combate ao terrorismo.

Para Cyril Ramaphosa, a missão, cujo mandato terminava no sábado, deve continuar, na medida em que o restabelecimento da paz em Moçambique vai contribuir para a ambição de uma região estável.

"Estamos a notar progressos significativos no domínio da segurança, o que traz a possibilidade de um reinício de uma vida normal em Cabo Delgado [...], a nossa missão é agora estender a missão no terreno, uma decisão que deve ser homologada na cimeira desta quarta-feira", declarou.

Imagens das tropas sul-africanas em Cabo Delgado

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Cimeira extraordinária na quarta-feira

O encontro da 'troika' de Cooperação nas Áreas de Política e Defesa antecede a cimeira extraordinária da SADC marcada para quarta-feira (12.01) para debater o mesmo tema, também no Malawi, um encontro que vai decidir sobre a permanência das forças estrangeiras em Moçambique.

A cimeira será presidida pelo chefe de Estado do Malawi, Lazarus Chakwera, que é atualmente o presidente em exercício da SADC, e, além de avaliar a missão, os líderes vão debater os modelos de financiamento das operações das forças dos países-membros que estão em Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados. O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas aos rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.