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Senegaleses entram na Gâmbia para tirar Jammeh do poder

EFE | AFP | ar
19 de janeiro de 2017

Tropas do Senegal integradas no contingente da CEDEAO entraram esta noite (19.019) na Gâmbia para expulsar o ex-presidente Yahya Jammeh, que se nega a ceder o poder em Banjul, informaram à Agência Efe fontes militares.

Senegal Gambia Panzer vor Grenze
Soldados senegales a caminho da GâmbiaFoto: picture-alliance/AP Photo/S. Cherkaoui

A operação militar começou pouco depois de o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma resolução que respalda as gestões da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para conseguir que Jammeh entregue o poder, divulgada instantes após a posse de Adama Barrow como novo Presidente Num ato realizado na embaixada da Gâmbia em Dacar.

ONU respalda novo presidente e gestões africanas para transição na Gâmbia

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta quinta-feira uma resolução que respalda o novo presidente da Gâmbia, Adama Barrow, e que apoia as gestões da CEDEAO para conseguir que o ex-Presidente, Yahya Jammeh, entregue o poder.

O texto, impulsionado pelo Senegal, foi adotado por unanimidade apenas uma hora depois que Barrow assumiu seu cargo como presidente na embaixada de seu país em Dacar, enquanto em Banjul seu rival seguia negando-se a deixar o posto.

O Conselho de Segurança reiterou o seu pedido a Jammeh para que transfira o poder hoje mesmo (19.01) e expressou seu "total apoio" às ações da CEDEAO, mas sem fazer referência específica à possibilidade de uma intervenção militar para forçar a saída do até agora Presidente.O parágrafo-chave do texto, que foi ligeiramente modificado nas últimas horas, respalda o "compromisso da CEDEAO para assegurar, primeiro por meios políticos, o respeito dos desejos do povo da Gâmbia, como se expressou nos resultados das eleições de 1º de dezembro".

Posse do Presidente Adama Barrow, na embaixada da Gâmbia em DacarFoto: picture-alliance/AP Photo

CS pede cooperação com o Presidente Barrow

A resolução não fez menção concreta a uma possível ação armada, mas convocou todos os países da região e as organizações regionais a "cooperar com o Presidente Barrow em seus esforços para conseguir a transferência do poder".

Nesse sentido, os representantes de vários Estados-membros disseram aos jornalistas que a intervenção militar da CEDEAO seria perfeitamente legal se Barrow a solicitar, uma vez que é agora o chefe de Estado da Gâmbia.Apesar de tudo, os membros do Conselho de Segurança confiam que a crise ainda possa ser resolvida pela via diplomática e pediram a todas as partes, dentro e fora da Gâmbia, que "exerçam moderação, respeitem o Estado de direito e assegurem uma transição pacífica".

Gambianos festejam a posse do novo Presidente, Adama BarrowFoto: Reuters/T. Gouegnon

Aviões nigerianos sobrevoam Gâmbia

A força aérea nigeriana realizou esta tarde (19.01) voos de reconhecimento sobre a capital da Gâmbia, enquanto o Presidente gambiano eleito, Adama Barrow, prestava juramento no Senegal e o Presidente cessante, Yahya Jammeh, continuava a recusar abandonar o poder.

"A nossa força aérea está neste momento a sobrevoar a Gâmbia", confirmou à agência France Presse o porta-voz do Exército do Ar nigeriano, Ayodele Famuyiwa, acrescentando que os aparelhos envolvidos "têm capacidade de atacar" caso Yahya Jammeh não ceda a Presidência a Barrow.O mesmo porta-voz disse acreditar "que (Jammeh) está prestes a rever a sua posição. Ele pode retirar-se", mas sublinhou que as tropas nigerianas "estão prontas e estão lá para fazer cumprir o mandato" da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO). 

Ex-Presidente Yahya JammehFoto: Reuters/T. Gouegnon

 

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