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Tubarão-baleia e manta-raia em Moçambique a desaparecer

Leonel Matias (Maputo)17 de junho de 2015

Na última década, Moçambique sofreu uma redução substancial nas populações de duas espécies em vias de extinção: o tubarão-baleia e manta-raia. Ambientalistas dizem que legislação é essencial para combater declínio.

Australien Meeresschutzgebiet Great Barrier Reef Mantarochen und Taucher
Manta-raia na barreira de coral na AustráliaFoto: imago/OceanPhoto

Os números foram divulgados pela Associação moçambicana Megafauna Marinha, que diz que na última década as populações de tubarões-baleia sofreram um decílino de 79 por cento, enquanto as mantas perderam 88 por cento da sua população.

Dalila Sequeira, oficial de conservação marinha da associação, disse à DW África que os dados estatísticos são preocupantes. "Estamos a falar de um grande declínio ao longo dos últimos anos." A biológia alerta para a necessidade de tomada de medidas urgentes, sublinhando que Moçambique é um dos poucos locais do mundo onde ainda se podem encontrar aquelas espécies marinhas.

Entre os vários factores que contribuem para o declínio das populações, a associação destaca as redes de malha, caracterizadas como "uma grande ameaça para estes gigantes marinhos."

Grande impacto no ecossistema

O desaparecimento destes dois gigantes dos oceanos tem também um enorme impacto no ecossistema. O tubarão-baleia e a manta-raia "são filtradores e são os maiores peixes do oceano, que se alimentam das substâncias ou dos organismos mais pequenos que existem no oceano, o plancton," diz a biológa.

"Estamos a falar de em termos de fotosíntese também, que acontece dentro de água. Este plancton irá impossibilitar a entrada da luz solar ao longo da cadeia da água."

A biológa diz que a redução vai continuar se nada for feito. "Ainda não é tarde demais mas temos de começar a agir rápido. Nós esperamos que esta legislação seja bem breve e consigamos lutar contra este declínio."

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Para combater o cenário actual, a Associação Megafauna Marinha está a criar alternativas aos hábitos locais de pesca negativos, realizando campanhas de sensibilização para as comunidades e trabalhando com o Governo para a aprovação de uma legislação que proteja as espécies animais marinhas.

"Temos feito campanhas de sensibilização junto das comunidades locais - nunca para a proibição da pesca, obviamente - mas sempre para a consciencialização e para tentar sensibilizar no sentido de trocar as técnicas que são utilizadas atualmente para um outro tipo de técnicas que não tenham um impacto tão negativo para estas nossas espécies."

A associação criou também uma exposição, em parceria com o Museu de História Natural e o Ministerio do Mar e Pesca, intitulada “Ajude a salvar os gigantes marinhos da extinção" que está patente ao público em Maputo.

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