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Tudo o que precisa saber sobre o CAN2023

22 de dezembro de 2023

A 13 de janeiro arranca a 34ª edição da Taça das Nações Africanas (CAN), na Costa do Marfim. A prova decorre até 11 de fevereiro e conta com 24 seleções, das quais quatro são lusófonas.

A Taça das Nações Africanas (CAN) realiza-se na Costa do Marfim
Foto: Wikus de Wet/AFP/Getty Images

O pontapé de saída da competição será com uma partida entre a Costa do Marfim (os anfitriões) e os "Djurtus" (alcunha da seleção da Guiné-Bissau).

"É um grande privilégio para nós apadrinhar a abertura da 34ª edição do CAN", diz o selecionador nacional da Guiné-Bissau, Baciro Candé. "Isso é bom para nós e para os jogadores", porque o mundo inteiro estará atento ao jogo de abertura e "quem não conhece a Guiné-Bissau passará a conhecer".

Candé, que falava em exclusivo à DW momentos depois de tornar público a lista dos 25 jogadores por si convocados para o CAN, disse que, apesar da responsabilidade acrescida que este jogo de abertura apresenta, os seus "pupilos" estão preparados.

"Todos os jogadores, apesar de ainda serem muitos jovens, são profissionais e vão saber dignificar o país", garante Candé.

Parte dos 25 convocados começará a concentrar-se em Bissau no dia 28 de dezembro, antes de seguir para Bamako, onde vai realizar um jogo de treino (a 06 de janeiro) com o Mali. No dia 07 de janeiro, seguem para a Costa de Marfim.

A Guiné-Bissau e a Costa de Marfim estão no grupo A, que inclui ainda Nigéria e a Guiné Equatorial.

Chiquinho, o "Papai Noel"

Na "Pérola do Índico", Francisco Queriol Júnior Conde ("Chiquinho" Conde), selecionador de Moçambique, também ofereceu um presente de Natal aos amantes da modalidade rainha, ao anunciar a convocatória para o CAN.

23 jogadores vão tentar "fazer história" na Costa de Marfim. Mais de metade dos escolhidos por "Chiquinho" Conde atua fora de portas. Em casa, "foi difícil convocar mais jogadores", porque o Moçambola terminou há mais de um mês e vários atletas perderam o ritmo competitivo, lamenta.

Chiquinho Conde: "É para fazer história"Foto: FMF

Antes de rumar para a Costa do Marfim, Moçambique vai estagiar na África do Sul.

Os "Mambas" estão no grupo B, juntamente com Egito, Gana e Cabo Verde. Os treinados de "Chiquinho" Conde estreiam-se no CAN 2023 contra o vice-campeão em título, o Egito, no dia 14 de janeiro. No mesmo dia, Cabo Verde defronta o histórico Gana.

No grupo C estão Angola, Argélia, Burkina Faso e Mauritânia. Na primeira jornada, os "Palancas Negras" testam a resistência dos seus "chifres", contra a Argélia. Será um duelo de suster a respiração.

Guerreiros à procura de feito inédito

A presente edição do CAN será inédita. A competição conta pela primeira vez com quatro seleções lusófonas: Angola, Cabo Verde, Moçambique e Guiné-Bissau.

"Em termos numéricos, estamos em igualdade de circunstâncias com os países do Magreb (Argélia, Marrocos, Egito e Tunísia)", lembra o jornalista moçambicano João Chivale em declarações à DW.

Baciro Candé, selecionador da Guiné-BissauFoto: Ryan Wilkisky/BackpagePix/picture alliance

O selecionador guineense, Baciro Candé, diz que esta façanha é motivo de orgulho, porque "isso significa que a nossa lusofonia está a crescer e a se impor no futebol africano".

Mas segundo o jornalista João Chivale, só a participação não basta. Será preciso agraciar este momento com bons resultados: "A posição da África lusófona ficará consolidada em função da campanha que vai fazer neste CAN", afirma.

As quatro seleções têm adversários de peso na fase de grupos da Taça das Nações Africanas, mas dizem-se prontos para o combate na Costa do Marfim.

Marrocos é, atualmente, a seleção africana mais bem posicionada no ranking da FIFA. Nenhuma das quatro seleções dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) está entre as cinco melhores. Senegal, Tunísia, Argélia, Egito, Nigéria, Camarões, Costa do Marfim, Mali e Burkina Faso completam os dez primeiros países.

Cabo Verde está na 14ª posição. A Guiné-Bissau está no lugar 21, Moçambique em 25º e Angola em 27º.

As expetativas sobre uma possível conquista do título inédito faz sonhar milhões de angolanos, moçambicanos, cabo-verdianos e guineenses. Mas primeiro terão que sobreviver à fase de grupos. Não será fácil.

O Egito é a seleção africana com mais títulos do CAN - sete. Camarões conta com cinco, o Gana contabiliza quatro troféus, a Nigéria tem três e a Costa do Marfim, RDCongo e Argélia têm dois títulos cada.

Da Costa do Marfim para o mundo

Apesar de decorrer em paralelo com os campeonatos europeus e não só, o mundo estará atento ao CAN. Na Costa do Marfim são esperados mais de 5 mil jornalistas.

É um número recorde, segundo a Confederação Africana de Futebol (CAF). Para atender à alta demanda dos jornalistas, foi criada uma quota de prioridade de acesso aos locais dos jogos.

A CAF acreditou mais de 5 mil jornalistas Foto: Markus Ulmer/picture-alliance

30 por cento estão reservados a jornalistas do país anfitrião. 35 por cento serão para países participantes, 10 por cento para os jornalistas países próximos da Costa do Marfim e 25 por cento para o resto do mundo.

Os jogos do CAN deverão ser transmitidos em direto pela televisão em 150 país, incluindo no Brasil.

"A CAF acredita na promoção da liberdade de imprensa", escreve a organização num comunicado publicado no seu sítio de Internet.

Para além da rádio e televisão que detém 60% da quota de cobertura jornalística ao futebol, a CAF pretende apostar em novas plataformas para chegar a mais pessoas no continente e no mundo.

Bilhetes online

Pela primeira vez, a CAF tem bilhetes à venda na Internet. Para os jogos da fase de grupos já foram vendidos mais de 300 mil ingressos. E já estão à venda os bilhetes para as restantes fases da competição.

Os bilhetes também serão vendidos nas entradas dos estádios, para ajudar o público que não os pode comprar online.

20% das receitas deste CAF irão para a Federação Marfinense de Futebol. O valor será destinado para o desenvolvimento de infraestruturas desportivas na região ocidental de África, indica um nota da CAF.

Cinco cidades costa-marfinenses, nomeadamente, Abidjan, Bouaké, Korhogo, San Pedro e Yamoussoukro, vão sedear os jogos.

CAN2023: PALOP em busca do título inédito

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