Tunísia e Marrocos são apurados para o Mundial 2018
EFE | AP | tms
12 de novembro de 2017
As duas equipas juntam-se às seleções da Nigéria, Senegal e Egito, que já garantiram vaga na competição que vai acontecer na Rússia. Cabo Verde está fora.
Publicidade
As seleções de Tunísia e Marrocos garantiram-se neste sábado (11.11) no Mundial 2018 após disputarem a sexta e última jornada da terceira fase das Eliminatórias Africanas. As equipas são as últimas seleções africanas a se qualificarem para o grupo formado por outras três.
No estádio Félix Houphouët-Boigny, em Abidjan, capital costa-marfinense, o Marrocos venceu por 2 a 0 a Costa Marfim, que precisava vencer para se qualificar. Nabil Dirar e Medhi Benatia marcaram os golos da seleção marroquina, que voltará a disputar um Mundial após 20 anos.
A Tunísia empatou em 0 a 0 com a Líbia em casa no Estádio Olímpico de Radès e conseguiu o ponto que necessitava para assegurar a primeira posição do grupo A. Esta será a quinta participação do país na Copa do Mundo e a primeira desde 2006, na Alemanha.
Com a classificação, Tunísia e Marrocos se juntam a Nigéria, Senegal e Egito, que já tinham carimbado o passaporte para a Rússia anteriormente.
PALOP
Entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Cabo Verde foi o único com chances de ir para o Mundial. Entretanto, com a vitória do Senegal sobre a África do Sul por dois a zero, esta chance foi afastada. Os "turbarões azuis" dependiam de um deslize senegalês nesta partida, mas também de uma vitória no jogo no qual participará na terça-feira (14.11), no Burkina Faso. Este será o último jogo de Cabo Verde na fase de apuramento, que já não contará para garantir a equipa no Mundial.
O fascinante mundo do futebol no Sudão
Na Bundesliga, o aquecimento do solo e os estádios cobertos são assuntos que estão na ordem do dia. Luxos que são impensáveis no Sudão, onde as circunstâncias fazem com que o futebol se mantenha próximo das suas raízes.
Foto: DW/P. Wozny
O estádio 'Red Castle'
No estádio “Red Castle”, no Sudão, os adeptos assumem riscos significativos para erguer as bandeiras dos seus clubes. O antiquado estádio, que é a casa do Al-Merreikh Sporting Club, em Omdurman, tem capacidade para 43 mil espetadores. O Dínamo Moscovo, que disputou o jogo inaugural do estádio, é um dos poucos clubes europeus que já jogou no país. É também aqui que joga a seleção nacional do Sudão.
Foto: DW/P. Wozny
Selfies com o treinador Krüger
Para qualquer sítio que Michael Krüger vá no Sudão é reconhecido. Pouco depois de chegar ao aeroporto, o treinador alemão foi interpelado por várias pessoas para tirarem uma selfie com ele. Já no Estádio Al-Merreikh, os apoiantes do clube sudanês pediram-lhe para que assumisse o comando da equipa nacional do país. Krüger recusou - pelo menos até agora.
Foto: DW/P. Wozny
Depois do pôr-do-sol
Por causa do calor, todos os jogos da Primeira Liga sudanesa começam depois do sol se pôr. Enquanto o miúdo com a bola, vindo das camadas jovens do Al Merreikh parece cansado, o atual treinador do clube, Diego Garzitto, de 67 anos, parece aliviado com a descida da temperatura. O francês está no clube desde 2014, tendo vencido o campeonato em 2015.
Foto: DW/P. Wozny
Popularidade dos clubes sudaneses
O facto do Sudão ser normalmente eliminado cedo das competições, como a Taça das Nações Africanas ou a Copa do Mundo, faz com que cresça a popularidade dos clubes dentro do país. Os jogos "nacionais" têm bastante assistência. E o facto dos campos serem maus ajuda a que os jogos sejam sempre uma lotaria, com muitos golos, e os fãs gostam disso. Este jogo ficou 4-2 para o Al-Merreikh.
Foto: DW/P. Wozny
Derby local
Para os fãs do Al-Merreikh, o jogo mais importante da época é o derby contra o Al-Hilal, que venceu a Liga 22 vezes. O Al-Merreikh soma, no total, menos duas vitórias. Como os jogos das duas equipas são transmitidos ao vivo na televisão, estas nunca jogam à mesma hora, exceto no dia do derby.
Foto: DW/P. Wozny
Longo caminho a percorrer
O Sudão tem um longo caminho a percorrer no que ao desenvolvimento das camadas jovens de futebol respeita. Existem apenas três escalões para os quais a maioria dos clubes tem apenas um treinador. As bolas e as chuteiras são duras e os campos
medíocres. Ainda assim, as equipas jovens têm o seu próprio campo. Krüger fez grandes esforços para melhorar esta realidade.
Foto: DW/P. Wozny
Sucesso com equipas africanas
A paciência com os treinadores não é um ponto forte dos clubes africanos, no entanto, Krüger treinou quase três anos o Al-Merreikh. O alemão venceu duas vezes a Liga sudanesa e outras duas a Taça. Também foi durante a sua passagem pelo clube que este se tornou a primeira equipa do Sudão a qualificar-se para a Liga dos Campeões Africana. Krüger também já tinha tido sucesso no Egito e Etiópia.
Foto: DW/P. Wozny
Um desporto que não é para mulheres
Estas duas jovens, que estão a aprender alemão no Instituto Goethe, em Cartum, capital do país, nunca estiveram num jogo de futebol. Somente os homens podem assistir a jogos de futebol na República do Sudão e oficialmente, existe apenas uma equipa de futebol feminina, na Universidade Feminina Ahfad. Algumas jogadoras usam o véu durante o treino.