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ConflitosIsrael

Turquia: Israel está a arrastar região para "desastre total"

21 de junho de 2025

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusa países ocidentais de darem "apoio incondicional" a Israel. Já o Presidente francês, Emmanuel Macron, afirma que os europeus vão "acelerar as negociações" com o Irão.

Teerão | Coluna de fumo após ataque israelita
Coluna de fumo após ataque israelita em Teerão Foto: Majid Asgaripour/WANA/REUTERS

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, acusou este sábado (21.06) Israel de arrastar a região para uma "desastre total", no nono dia de guerra com o Irão.

"Israel está agora a arrastar a região para a beira do desastre total ao atacar o Irão, nosso vizinho", disse o chefe da diplomacia turca numa cimeira da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul.

"Não existe um problema palestiniano, libanês, sírio, iemenita ou iraniano, mas existe claramente um problema israelita", afirmou Hakan Fidan, apelando ao fim da "agressão sem limites" contra o Irão.

Falando depois, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou os países ocidentais de darem "apoio incondicional" a Israel, afirmando que Ancara não permitirá que as fronteiras regionais sejam redesenhadas "com sangue".

"Irão [nunca] deverá ter armas nucleares"

Por seu lado, o Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou hoje que os europeus vão “acelerar as negociações” com o Irão para “sair da guerra e evitar perigos ainda maiores”, após uma chamada com o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

O chefe de Estado avisou o seu homólogo de que “o Irão [nunca] deverá ter armas nucleares” e terá de “dar todas as garantias de que as suas intenções são pacíficas”.

Os ataques israelitas no Irão mataram mais de 400 pessoas, a maioria civis, desde o início da guerra, a 13 de junho, de acordo com um novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde iraniano.

Israel estima, por seu lado, que os ataques iranianos já fizeram pelo menos 24 mortos, entre os quais civis, e 1.217 feridos.

Este sábado, Israel anunciou que três comandantes de diferentes corpos da Guarda Revolucionária Iraniana foram mortos em bombardeamentos, segundo informações militares e de defesa israelitas.

"Explosões fortes"

Hoje foram ouvidas de novo várias "explosões fortes" ao início da tarde, desta vez em Ahvaz, no sudoeste do Irão, informou o jornal iraniano Shargh, sem maiores detalhes até ao momento, no nono dia da guerra entre Israel e o Irão.

A cidade de Ahvaz é a capital da província do Cuzistão, que faz fronteira com o Iraque e é a principal região produtora de petróleo do Irão.

O exército israelita tinha anunciado pouco antes que aviões de guerra, da Força Aérea israelita, estavam “a atacar infraestruturas militares no sudoeste do Irão", num comunicado em que não dava mais detalhes.

Ataques em Israel levaram as pessoas a procurar refúgio noutros locais do país e, em alguns casos, no estrangeiroFoto: Violeta Santos Moura/REUTERS

Evitar "nova crise de refugiados"

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) defendeu hoje, em Genebra, Suiça, que se deve evitar uma nova crise de refugiados no Médio Oriente devido à guerra entre o Irão e Israel .

"Esta região já sofreu mais do que a sua quota-parte de guerra, perdas e deslocações. Não podemos permitir que se instale uma nova crise de refugiados", afirmou Filippo Grandi, citado pela agência de notícias AFP.

O responsável afirmou que a intensidade dos ataques entre as duas partes já está a provocar movimentos populacionais em ambos os países.

Os ataques em Israel levaram as pessoas a procurar refúgio noutros locais do país e, em alguns casos, no estrangeiro.

O Irão acolhe o maior número de refugiados do mundo, cerca de 3,5 milhões, a maioria dos quais provenientes do Afeganistão.

Se o conflito persistir, as populações refugiadas que já se encontram no Irão “enfrentarão também uma incerteza renovada e dificuldades ainda maiores”, acrescentou o ACNUR.

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Lusa Agência de notícias
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