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ConflitosTurquia

Turquia: Moscovo e Kiev têm "preocupações legítimas"

Lusa
29 de março de 2022

Ronda negocial entre delegados da Ucrânia e da Rússia começou em Istambul. O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acredita que "as duas partes têm preocupações legítimas", mas que "é possível alcançar uma solução"

Türkei | Verhandlungen zwischen Russland und der Ukraine in Istanbul
Foto: Turkish Presidency via AP/picture alliance

O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, iniciou esta manhã (29.03) as negociações com os delegados da Ucrânia e da Rússia. A ronda negocial vai decorrer no Palácio de Dolmabahçe, Istambul, última residência dos sultões no Bósforo e último centro administrativo do antigo Império Otomano e onde a Presidência turca dispõe de um gabinete oficial. 

Inicialmente, o encontro vai decorrer na presença do chefe da diplomacia da Turquia e mais tarde os contactos decorrem entre as duas delegações. "As duas partes têm preocupações legítimas. É possível alcançar uma solução que seja aceitável para a 'comunidade internacional'", disse esta terça-feira o chefe de Estado da Turquia após ter recebido os representantes das duas delegações. 

"Cabe a ambas as partes pôr fim a esta tragédia", insistiu Recep Tayyip Erdogan, acrescentando que "a extensão do conflito não é do interesse de ninguém".

"O mundo inteiro quer ouvir boas notícias da vossa parte", frisou o chefe de Estado turco.

Os "esforços sinceros" de Ancara

A Turquia já recebeu no passado dia 10 de março em Antalya, sul do país, a primeira ronda de negociações entre os chefes da diplomacia da Rússia e da Ucrânia, mas o encontro não conseguiu alcançar o cessar-fogo. 

A Turquia, que faz fronteira com os dois países no Mar Negro, tentou desde o início da crise gerir as relações com as duas partes e procurou facilitar a mediação entre Kiev e Moscovo. Por outro lado, a Turquia está envolvida, com a França e a Grécia, nas negociações sobre a retirada de civis da cidade de Mariupol, assediada pelas forças russas.

Na segunda-feira à noite, após uma reunião do Governo turco, o presidente Erdogan argumentou que a Turquia é "o único país" que desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, a ter promovido "esforços sinceros" com vista a uma solução para crise através do diálogo.

Recep Tyyp Erdogan na recepção aos negociadores ucranianos e russos.Foto: Murat Cetinmuhurdar/Presidential Press Office/via REUTERS

Suspeitas de envenenamento

Por outro lado, esta ronda negocial que vai decorrer em Istambul ocorre depois das primeiras notícias publicadas nos Estados Unidos sobre o eventual envenenamento do "oligarca" Roman Abramovich, com nacionalidade russa, israelita e portuguesa, que está a tentar mediar negociações entre Moscovo e Kiev para pôr fim à guerra na Ucrânia.

De acordo com notícias publicadas na segunda-feira pelo Wall Street Journal, após uma reunião na capital ucraniana no início de março, o bilionário, proprietário do clube de futebol inglês Chelsea, e pelo menos dois membros seniores da equipa de negociadores ucranianos "desenvolveram sintomas" suspeitos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no passado domingo que vários empresários russos, incluindo Abramovich, se tinham oferecido para ajudar a Ucrânia.

O Wall Street Journal revelou, na semana passada, que o Presidente ucraniano tinha pedido ao chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, para não sancionar Abramovich, argumentando que o magnata pode participar nas negociações de paz. O bilionário russo não está na lista dos "oligarcas" sancionados por Washington.

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