RTVE desculpa-se por comentário racista contra jogador
AP
11 de setembro de 2021
Durante apresentação de Eduardo Camavinga na última quarta-feira (08.09), jornalista foi ouvida fora das câmaras a manifestar comentários racistas. RTVE condenou o fato.
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A televisão estatal espanhola RTVE condenou um comentário racista feito por uma comentadora desportiva convidada durante a apresentação do jogador do Real Madrid, Eduardo Camavinga.
Durante a apresentação de Camavinga de quarta-feira (08.09), a jornalista Lorena Gonzalez foi ouvida fora das câmaras a dizer "este tipo é mais negro que seu traje".
Camavinga, de 18 anos, é um jogador francês nascido em Angola.
Comentários desrespeitosos
Segundo a RTVE, os comentários de Gonzalez são desrespeitosos e "inadequados para um canal público de televisão", de modo que pediu desculpas ao jogador e lamentou firmemente os comentários denegridores.
Gonzalez, uma convidada regular no programa desportivo RTVE emitiu uma declaração aos meios de comunicação com "sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos".
"O meu comentário, que foi feito sem malícia ou desrespeito para o jogador, foi no entanto infeliz", escreveu ela.
A rede disse que estava a investigar o incidente "e que tomaria as medidas adequadas''.
Camavinga juntou-se ao Real Madrid com um contrato de seis anos.
A caminho do EURO2020: As estrelas europeias com raízes africanas
No próximo Campeonato Europeu de Futebol, as equipas dos 24 participantes incluem dezenas de jogadores com uma ligação familiar a África. Entre eles estão estrelas mundiais e talentos emergentes.
Foto: picture alliance/Pressefoto ULMER
Danilo Pereira | Portugal
Danilo Luís Hélio Pereira nasceu na Guiné-Bissau a 9 de setembro de 1991 e foi para Portugal com seis anos, à "boleia" da mãe que havia terminado o curso de enfermagem e conseguido emprego em território português. Fez a formação no Estoril e no Benfica, e, sem espaço na equipa principal, seguiu para Itália, para jogar no Parma. Hoje é um dos indiscutíveis na seleção nacional e campeão europeu!
Foto: Getty Images/D. Mullan
Renato Sanches | Portugal
Filho de cabo-verdiana, lisboeta e portador de passaporte de São Tomé e Princípe, Renato Sanches fez toda a formação como futebolista no Benfica. Estreou-se como sénior em outubro de 2015. No verão de 2016, foi campeão europeu por Portugal - foi o "Golden Boy" - e o Bayern Munique não hesitou em pagar 35 milhões de euros! Aos 23 anos, foi campeão pelo Lille e parece voltar a ser o Renato de 2016.
Foto: picture alliance/Pressefoto ULMER
William Carvalho | Portugal
Nascido em Luanda, William Carvalho é campeão europeu pelo seu país "adotivo", quando Portugal venceu a França na final de 2016. O médio-defensivo, que fez toda a formação no Sporting Clube de Portugal, joga agora no Real Betis, onde não vive a melhor fase da carreira, mas continua a ser um dos pilares de Fernando Santos na hora de convocar para as grandes competições.
Foto: Stanley Gontha/picture-alliance/Pro Shots
Kylian Mbappé | França
Kylian Mbappé cresceu no subúrbio parisiense de Bondy, filho de um pai camaronês e de uma mãe argelina. Com apenas 19 anos, o avançado do PSG foi eleito o melhor jovem jogador no Campeonato do Mundo de 2018 na Rússia, ajudando a França a vencer. A seleção francesa é rica em jogadores com raízes africanas, incluindo Paul Pogba (Guiné-Conacri), Ngolo Kanté (Mali) e Ousmane Dembélé (Costa do Marfim).
Foto: REUTERS
Romelu Lukaku | Bélgica
O avançado poliglota Romelu Lukaku nasceu e cresceu na Antuérpia, Bélgica, mas os seus pais são ambos da República Democrática do Congo, uma antiga colónia belga. Os golos de Lukaku ajudaram "Les Diables Rouges" a ficar em terceiro lugar na Rússia, em 2018, e também contribuíram para a vitória do Inter de Milão na Serie A esta temporada.
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Bukayo Saka | Inglaterra
O talento ainda adolescente nasceu em Ealing, no oeste de Londres, de pais nigerianos. O seu nome significa "aumenta a felicidade" em língua ioruba. Apesar de representar a Inglaterra desde os sub-16, Saka recebeu uma oferta da Federação Nigeriana de Futebol em 2020, mas preferiu jogar pela seleção inglesa.
Foto: Andre Boyers/AP/picture alliance
Glen Kamara | Finlândia
O internacional finlandês nasceu em Tampere, no sul da Finlândia, mas mudou-se para Londres para se juntar à academia juvenil do Arsenal, aos 16 anos de idade. No entanto, foi na Escócia que fez nome, ajudando o Rangers a conquistar o primeiro título na liga desde 2011, levando os "gunners" a considerar trazê-lo de volta. Os pais são da Serra Leoa, mas Kamara joga pela Finlândia desde os sub-18.
Foto: picture-alliance/AP/L. Vieira
Alexander Isak | Suécia
Muito se esperava de Alexander Isak quando assinou pelo Borussia Dortmund, em 2017, mas a Bundesliga aconteceu cedo demais. O avançado, nascido fora de Estocolmo de refugiados da Eritreia, teve mais sucesso com a Real Sociedad, marcando 26 golos nas duas últimas temporadas. Outros jogadores suecos com raízes africanas são Robin Quaison, do Mainz (pai do Gana), e Ken Sema, do Watford (pais da RDC).
Foto: Reuters/L. Kuegeler
Antonio Rüdiger | Alemanha
"Toda a minha família vem de África", diz o defesa alemão Antonio Rüdiger, cujos pais fugiram da Serra Leoa, devastada pela guerra nos anos 90. Rüdiger, vencedor da Liga dos Campeões com o Chelsea esta época, nasceu e foi criado no distrito de Neukölln, em Berlim, e já é 40 vezes internacional sénior pela seleção alemã.
Foto: Gleb Garanich/Reuters
David Alaba | Áustria
O capitão austríaco David Alaba poderia teoricamente ter jogado pela Nigéria, a pátria do seu pai, mas o defensor nascido em Viena escolheu antes a sua república alpina natal. Antes de deixar o Bayern Munique - 13 anos depois de chegar à Baviera - para se juntar ao Real Madrid, Alaba vai liderar o seu país no EURO2020.
Foto: Markus Ulmer/imago images
Breel Embolo | Suíça
O avançado do Mönchengladbach representa a Suíça desde os sub-16, mas nasceu nos Camarões, antes de emigrar para Basileia com a sua mãe e irmão, em 2003. Outros jogadores suíços no EURO2020 com raízes africanas incluem o companheiro de clube Denis Zakaria (pai da República Democrática do Congo, mãe do Sudão) e Kevin Mbabu, do Wolfsburg (mãe da República Democrática do Congo).
Foto: Christof Stache/REUTERS
Memphis Depay | Países Baixos
O pai de Memphis Depay é do Gana, mas, depois de ter abandonado a sua família quando o seu filho era jovem, Memphis só usa o seu primeiro nome na camisa - tanto no Lyon como nos Países Baixos. Outros companheiros de equipa de seleção com ascendência africana incluem Nathan Aké (pai da Costa do Marfim), do Manchester City, e Cody Gakpo (pai do Gana, mãe do Togo).