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ConflitosAlemanha

Ucrânia: Alemanha preocupada com ameaças de Putin

Lusa
22 de dezembro de 2021

A Alemanha expressou hoje "grande preocupação" com a ameaça do Presidente russo de uma resposta "militar e técnica" se os países ocidentais não puserem termo a uma política que considerou ser "claramente agressiva".

Frankreich Paris | Pressekonferenz Annalena Baerbock und Jean-Yves Le Drian
Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros da AlemanhaFoto: Gonzalo Fuentes/AFP/Getty Images

"A minha preocupação é grande", comentou esta quarta-feira (22.12) a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, citada pela agência de notícias France-Presse. Baerbock insistiu que a "grave crise" nas relações com a Rússia só pode ser resolvida através do diálogo.

Num contexto de tensões crescentes sobre a Ucrânia, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que tomará "medidas de retaliação militares e técnicas adequadas" se o Ocidente mantiver a sua política contra Moscovo.

"Caso se mantenha a linha claramente agressiva dos nossos colegas ocidentais, vamos adotar medidas militares e técnicas adequadas de represálias, reagir firmemente às ações hostis (...). Temos perfeitamente esse direito", declarou Putin na terça-feira (21.12), numa intervenção perante responsáveis militares russos.

A Rússia alega que os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) estão a reforçar a sua presença nas fronteiras da Rússia, armando a Ucrânia, conduzindo manobras militares na região e destacando forças para o Mar Negro.

O Ocidente acusa Moscovo de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia, indiciando uma invasão iminente, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

Discutir as exigências de Moscovo

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse esta quarta-feira (22.12) que a Rússia e os Estados Unidos se vão reunir em janeiro, para discutir as exigências de Moscovo de garantias que impeçam a expansão da NATO para a Europa de Leste, incluindo a Ucrânia.

Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da RússiaFoto: Russian Foreign Ministry/REUTERS

Lavrov disse ainda que, em janeiro, o seu Governo também iniciará conversações separadas com a Aliança Atlântica para discutir o assunto, acrescentando que as discussões separadas se realizarão sob os auspícios da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Na semana passada, Moscovo apresentou uma proposta exigindo que a NATO retirasse o convite de adesão à organização da Ucrânia e de outros países da esfera de influência da antiga União Soviética.

Washington e os seus aliados europeus recusaram aceitar a proposta, mas disseram estar disponíveis para negociações.

Alemanha quer regresso "à mesa de negociações"

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã insistiu na necessidade de diálogo com as autoridades russas, utilizando "cada milímetro dos seus meios de ação".  

"Mesmo que tenham sido feitas propostas que não sejam a nossa base de negociação, temos de falar ", disse Annalena Baerbock numa conferência de imprensa.

Baerbock disse ainda ser importante um regresso "à mesa de negociações" no formato da Normandia, numa referência ao diálogo que envolve Alemanha, França, Ucrânia e Rússia.

Também era importante utilizar "a oportunidade oferecida no Conselho NATO-Rússia" para "falar em conjunto e ajudar a evitar uma nova escalada", acrescentou.

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