Ucrânia: Aliados confirmam quartel para força de paz
10 de julho de 2025
Além deste quartel "operacional multinacional", que "supervisionará todos os preparativos táticos", quando chegar o momento de implantar as unidades internacionais em território ucraniano, será estabelecida "uma célula de coordenação" em Kiev, liderada por um militar britânico.
Após o fim das hostilidades com a Rússia, espera-se que a chamada Força Multinacional Ucrânia (MFU) apoie o país, dando suporte às suas Forças Armadas por terra, mar e ar, segundo um comunicado divulgado pelo Governo britânico esta quinta-feira.
Entre as suas funções, a MFU contribuirá para "regenerar as forças terrestres" ucranianas, fornecendo "especialistas em logística, armamento e capacitação".
Também trabalhará para "assegurar os céus" ucranianos, utilizando aeronaves da coligação para "realizar tarefas de polícia aérea, tranquilizar a população e estabelecer as condições para a retomada das viagens aéreas internacionais".
A força multinacional "protegerá os mares", ao reforçar a unidade no mar Negro integrada pela Turquia, Roménia e Bulgária, a fim de "acelerar a remoção de minas" e "garantir um acesso marítimo seguro para todos os navios que transitam para e de portos ucranianos".
Da teoria à realidade
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou que, além de se preparar para a paz, é importante que os aliados se concentrem em "torná-la realidade".
"Juntamente com os nossos parceiros, nos próximos dias e semanas iremos intensificar o nosso apoio para que a Ucrânia se possa manter na luta, aumentando a pressão sobre [o Presidente russo, Vladimir] Putin por meio de sanções e assegurando que as Forças Armadas da Ucrânia contem com o equipamento necessário", declarou.
Starmer e o Presidente da França, Emmanuel Macron, que está no Reino Unido em visita de Estado, lideraram hoje uma reunião virtual desta Coaligação de Voluntários, à qual se conectaram outros parceiros da Itália, que participavam na IV Conferência de Reconstrução da Ucrânia.
Além do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que relatou a situação no seu país, estiveram presentes virtualmente, pela primeira vez, representantes dos Estados Unidos: o enviado presidencial especial para a Ucrânia, Keith Kellogg, e os senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal.
Zelensky advertiu que Putin "não só continua com os seus ataques na frente de batalha e tenta expandir a guerra, mas também continua a investir enormes recursos na produção de armas".
O governo britânico anunciou, nesta quinta-feira um novo acordo com a Ucrânia para a entrega de 5 mil mísseis de defesa aérea, que serão produzidos no Reino Unido pela companhia Thales, em Belfast, na Irlanda do Norte.