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Ucrânia: Cinco meses de uma guerra sem sinais de paz

af | com agências
25 de julho de 2022

A guerra na Ucrânia completou cinco meses. Mas o conflito ainda está longe do fim. Moscovo admite um plano para mudar o poder em Kiev. Os ucranianos, por seu turno, prometem resistir em nome da sua independência.

Ukraine Krieg Angriff auf die Region Charkiw
Foto: Sofiia Gatilova/REUTERS

Cinco meses depois, a guerra na Ucrânia – que começou a 24 de fevereiro – está longe do fim. É o que indicam os últimos acontecimentos no teatro de operações. No fim de semana, as tropas russas terão atacado o porto de Odessa, no sul ucraniano.

O Ministério da Defesa da Rússia, sem avançar mais detalhes,  disse no domingo (24.07) que um navio militar ucraniano e um armazém com armas provenientes dos Estados Unidos tinham sido destruídos no local.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou o ataque como uma "óbvia barbaridade russa". Em declarações por vídeo na noite de domingo, Zelensky garantiu que o seu povo não desistirá de lutar pela sua independência.

"Preservar a unidade nacional, trabalhar juntos pela vitória, é a tarefa mais importante que todos nós cumpriremos definitivamente, rumo a uma Europa unida, rumo à plena adesão à União Europeia, e à nossa capacidade de nos tornarmos um dos Estados mais modernos do mundo", acrescentou o líder ucraniano.

Zelensky exortou os ucranianos a lutarem pela "unidade nacional"Foto: The Presidential Office of Ukraine/SVenSimon/picture alliance

Objetivo russo

As palavras o estadista ucraniano surgem um dia depois do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, de visita ao Egito, ter avisado que o objetivo de Moscovo nesta luta ainda não está concluído.

"Penso que o movimento é imparável. Tentar pô-lo em pausa é ir contra o processo objetivo da história. Iremos definitivamente ajudar o povo ucraniano a libertar-se do regime que é absolutamente antipopular e anti-histórica", afirmou Lavrov.

Em abril, Lavrov teria declarado que Moscovo não tinha "qualquer intenção de mudar o regime na Ucrânia". Mas nos últimos dias, a Rússia tem levantado o "tom ameaçador”, contra o Governo ucraniano. Na semana passada, Sergei Lavrov avisou que Moscovo poderia ocupar mais territórios fora do Donbass, como retaliação contra a apoio ocidental com armas de maior alcance à Kiev.

Ataque ao porto de Odessa no domingo (24.07)Foto: Efrem Lukatsky/Odesa City Hall/AP/picture alliance

"É necessário afastar mais as tropas de Kiev das regiões de Donetsk e Luhansk no leste da Ucrânia", disse Lavrov.

Guerra contra a "unidade da Europa"

O Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, considerou no domingo que a guerra que a Rússia está a travar contra a Ucrânia é "uma guerra contra a unidade da Europa".

"Não nos devemos deixar dividir, não devemos permitir que a grande obra de uma Europa unida que começámos tão promissoriamente seja destruída", disse Steinmeier.

A meio destas trocas de farpas, sob mediação das Nações Unidas e da Turquia, a Rússia e a Ucrânia assinaram na última sexta-feira (22.07), um acordo que permite a exportação de cerais através dos portos ucranianos.

O acordo prevê que os navios viajem através de um corredor marítimo específico. A comunidade internacional teme que a Rússia não respeite o acordo.

Apelo da ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou às partes a respeitarem o acordo, porque a retoma das exportações de cereais através dos portos ucranianos, "aliviará os países em desenvolvimento à beira da falência e às pessoas mais vulneráveis à beira da fome".

"E estabilizará os preços globais dos alimentos que já se encontravam a níveis recorde mesmo antes da guerra - um verdadeiro pesadelo para os países em desenvolvimento", acrescentou Guterres.

No entanto, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Lavrov garantiu que o seu país não violará o acordo, mas: "Se os navios vierem transportar os cereais dos portos ucranianos, no caminho para lá, serão inspecionados para garantir que não trazem armas, o que só seria prejudicial para a continuação do conflito".

A guerra na Ucrânia começou a 24 de fevereiro deste ano e terá provocado a morte de cinco mil civis, segundo dados nas Nações Unidas.

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