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Ucrânia decreta estado de emergência

DW (Deutsche Welle) | EFE | Lusa
23 de fevereiro de 2022

Face aos receios crescentes de uma iminente invasão russa, o Conselho de Defesa da Ucrânia decidiu declarar o estado de emergência em todo o país, depois de a Rússia ter reconhecido as repúblicas de Donetsk e Luhansk.

Alguns moradores já abandonaram as suas casas no leste da Ucrânia
Alguns moradores já abandonaram as suas casas no leste da UcrâniaFoto: DW

"O Parlamento ucraniano deve ratificar esta decisão nas próximas 48 horas", disse o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksiï Danilov, após uma reunião desta estrutura.

O representante do órgão indicou que a implementação do estado de emergência não afetará radicalmente a vida da população ucraniana, mas em caso de necessidade, os órgãos competentes atuarão conforme a legislação local vigente.

São "medidas preventivas para manter a calma no país, para que a economia continue a funcionar", acrescentou o responsável.

Nos termos desta decisão, as autoridades poderão "reforçar a proteção" da ordem pública e das infraestruturas estratégicas, "limitar a circulação dos transportes" e reforçar as verificações de veículos e documentos dos cidadãos, especificou Danilov.

"Temos de reagir aos acontecimentos dos últimos dois ou três dias na Rússia", defendeu Danilov. "Estamos prontos para tudo", garantiu ainda o responsável.

Mobilização de militares na reserva

A Ucrânia já tinha anunciado hoje a mobilização de militares na reserva, dos 18 aos 60 anos, e apelado aos seus cidadãos para saírem da Rússia, país que Kiev e o Ocidente acusam de estar a preparar uma ofensiva em grande escala em direção ao território ucraniano.

Moscovo, que concentrou pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras com a Ucrânia, de acordo com os ocidentais, reconheceu no início desta semana a independência de dois territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, e mobilizou forças para as duas regiões para alegadas missões de manutenção da paz.

Festejos pelo reconhecimento russo da autoproclamada República de Donetsk Foto: Alexander Ryumin/TASS/dpa/picture alliance

A decisão de reconhecer os territórios separatistas no leste ucraniano, anunciada na segunda-feira pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem sido contestada pelos países ocidentais.

Em reação, vários países, como os Estados Unidos e o Reino Unido, e organizações, nomeadamente a União Europeia (UE), já anunciaram sanções económicas contra Moscovo, que tem negado qualquer intenção bélica em relação a Kiev.

Rússica acusa ONU de ceder à pressão do Ocidente

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo acusou hoje o secretário-geral da ONU, António Guterres, de ter sucumbido à pressão do Ocidente ao fazer declarações sobre a situação na Ucrânia que "não estão de acordo com o seu estatuto".

"Para nosso grande pesar, o secretário-geral das Nações Unidas ficou sob a pressão do Ocidente e fez várias declarações sobre o que está a acontecer no leste da Ucrânia que não estão de acordo com o seu estatuto e poderes sob a Carta da ONU", disse Sergei Lavrov no início de sua reunião com o enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Geir Pedersen.

O chefe da diplomacia russa considerou que Guterres "nunca levantou a voz a favor da necessidade de cumprir os requisitos do Acordo de Minsk (para a paz em Donbass) apoiado pela resolução 2202 do Conselho de Segurança, que exige diretamente a resolução de todos os problemas através do diálogo entre Kiev, Donetsk e Lugansk".

"Ninguém no Ocidente jamais mencionou isso e, infelizmente, o secretário-geral seguiu esses tristes exemplos", disse Lavrov.

Por sua vez, Pedersen defendeu Guterres ao sublinhar que o secretário-geral "manifestou a sua preocupação com a recente decisão do Governo russo relativamente às duas autoproclamadas repúblicas [de Donetsk e Lugansk] e apelou também à diminuição da tensão e ao diálogo, bem como a uma solução pacífica para esta crise com base nos princípios da Carta da ONU".

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